Uma delegação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) embarca para a França, na segunda-feira (18), para tratar trocar informações com autoridades do país sobre terrorismo. Integrada por representantes da Diretoria de Contraterrorismo da Abin, a delegação brasileira atende a convite feito pelo governo francês, logo após o ataque à cidade de Nice que deixou dezenas de mortos e feridos.
A informação foi confirmada neste sábado (16) pelo coordenador-geral da área de inteligência da Abin para os Jogos Olímpicos, Saulo Moura. Ele participou de uma simulação de ataque em uma estação de trem, a de Deodoro, na zona norte do Rio de Janeiro. O exercício envolveu cerca de mil pessoas, das Forças Armadas e das áreas de segurança pública e da inteligência.
Segundo Moura, depois da conversa com o setor de inteligência francês, não estão descartadas mudanças no planejamento de combate ao terror previsto para a Olimpíada do Rio. Esta semana, circulou a rumores da existência de um plano para atacar a delegação francesa.
“A partir dessa conversa, vamos voltar aqui e reavaliar nossas posições”, afirmou o coordenador. "Por enquanto, estamos no campo da suposição de uma fala”, disse Moura.
Ontem (15), o ministro da Defesa, Raul Jungmann falou sobre o envio de autoridades à França para obter informações sobre o atentado de Nice, sem dar detalhes. Ele também anunciou para a próxima semana a abertura do Centro Integrado de Contraterrorismo, que reunirá setores de inteligência de 106 países, durante as competições.
Forças de segurança realizam exercício integrado para os Jogos Rio 2016 na estação de Deodoro (Divulgação/Governo do Rio)
Forças de segurança realizam exercício integrado para os Jogos Rio 2016 na estação de DeodoroPaulo Vitor/Divulgação/Subsecretaria de Comunicação Social do Rio de Janeiro
Após a simulação no trem, o diretor de Operação da Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grande Eventos, do Ministério da Justiça, Cristiano Barbosa Sampaio, disse que, nos últimos dias, o Brasil elevou o nível de alerta de terrorismo para amarelo e pode tomar medidas extras.
“O que vamos fazer agora é trabalhar com mais atenção, para aumentar revistas, aumentar controle de acesso, o plano está feito, está pronto, estamos adequando para a realidade.”
O general do Exército Mauro Sinott, responsável pela área de combate ao terrorismo na Olimpíada e pelo exercício militar no metrô, explicou que o planejamento para as competições, que contará com 47 mil militares, é flexível e pode ser adaptado com facilidade.
A estação onde ocorreu a simulação fica nas imediações do Complexo Esportivo Deodoro, onde serão disputadas 11 modalidades olímpicas, como ciclismo, canoagem, basquete e hóquei. No bairro, também há uma vila militar, com residências e outras instalações.
O general Sinott disse que o exercício militar ocorreu dentro do esperado e, para apresentar um balanço com eventuais falhas, precisa de mais tempo para avaliar a operação. O exercício durou cerca de uma hora e meia e foi acompanhado por dezenas de jornalistas de todo o mundo.
(Fonte: Agência Brasil)