O Acordo Nuclear do Irã, ou Plano de Ação Conjunto Global, firmado em 2015, representa uma das maiores conquistas em política externa da administração Barack Obama. Firmado entre o Irã, Estados Unidos, China, Rússia e países da União Europeia, estabeleceu limites para o enriquecimento de urânio iraniano, evitando que ele seja utilizado na construção de uma bomba nuclear, ao mesmo tempo em que eliminou sanções impostas ao país. Na terça-feira 8, no entanto, o atual presidente, Donald Trump, anunciou que os EUA estão fora do acordo, afirmando que ele jamais deveria ter sido feito. “Não trouxe calma, não trouxe paz, e nunca vai trazer”, disse ele ao anunciar a decisão na Casa Branca. O Irã afirmou que vai continuar honrando seu compromisso enquanto os outros países que assinaram o acordo também mantiverem sua parte.
A decisão de Trump foi criticada por autoridades europeias. Em uma declaração conjunta, a primeira-ministra britânica Theresa May, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron consideraram a saída dos Estados Unidos “lamentável e preocupante”. Obama também se manifestou, afirmando que a saída era um “grande erro”. Mas Trump parece mais preocupado em cumprir suas promessas de campanha que ouvir o apelo de outros líderes. E nessa toada ele tem acabado com uma série de avanços conquistados por seu antecessor. “Tudo o que Obama fez ele quer desfazer”, afirmou a senadora democrata Dianne Feinstein.
Desde que assumiu o poder, o presidente tem se esforçado para honrar os compromissos que fez com seus eleitores, por mais absurdos que sejam. Nem todos ele conseguiu cumprir, como a construção do muro na fronteira com o México. Mas conseguiu, por exemplo, retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, responsável por estabelecer metas para a redução da emissão de dióxido de carbono. Os EUA são, literalmente, o único país do mundo a abandonar o pacto.
Retrocesso
A destruição do legado de Obama passa por outro tema caro ao ex-presidente: a saúde da população. O plano que ficou conhecido como Obamacare, tido como o mais importante desde a criação do Medicare e do Medicaid na década de 1960, foi um dos principais alvos de Trump, que conseguiu retirar a obrigatoriedade de cada cidadão americano ter um plano de saúde, um gasto imposto aos mais jovens para compensar as despesas dos idosos e pobres. Segundo defensores do projeto original, as mudanças impostas por Trump of.
AFP // ACJR