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Sobe para 22 número de mortos em incêndio em abrigo na Guatemala

Fogo começou enquanto as meninas protestavam contra os abusos sexuais e físicos na quarta-feira

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 src=Subiu para 22 o número de mortos no incêndio que atingiu um abrigo para menores em San José Pinula, na Guatemala, segundo a agência Efe. Outras 38 pessoas ficaram feridas.

O fogo começou enquanto as meninas protestavam contra os abusos sexuais e físicos na quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. O abrigo acolhe crianças e adolescentes de até 18 anos que sofrem de violência doméstica e que foram retirados das ruas.

O defensor de infância e adolescência da Procuradoria de Direitos Humanos, Abner Paredes, as primeiras investigações apontam que as meninas colocaram fogo em colchões do abrigo Hogar Seguro Virgen de la Asunción. Embora as funcionárias tenham tentado apagar as chamas com vários extintores, o fogo se propagou rapidamente.

Elas protestavam contra os abusos sexuais e físicos que sofrem pelos responsáveis do centro, como agressões e má alimentação. O centro, que está sob a responsabilidade da Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência, esteve envolvido em vários escândalos por denúncias de abusos contra os internos e por várias fugas.

As 38 menores que permanecem internadas se encontram, quase em sua totalidade, em estado grave, com queimaduras de 2°, 3° e 4° graus. Apenas algumas foram identificadas e, por isso, as autoridades dos hospitais pedem a colaboração das famílias.

O abrigo já se envolveu em polêmica no ano passado, quando pelo menos 47 jovens fugiram, o que levou a secretaria da presidência encarregada da guarda e da custódia a destituir o então diretor.

O centro, de responsabilidade da Secretaria de Bem-estar Social, abriga 748 menores, embora sua capacidade seja de 400. Por causa da tragédia, o governo destituiu o diretor e decretou luto oficial de três dias.

Reações

A procuradora de direitos Humanos da Infância, Hilda Morales, anunciou aos jornalistas que solicitará o fechamento do estabelecimento devido à incapacidade da Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência para administrá-lo.

"Nós vamos pedir o fechamento imediato do centro e uma investigação para determinar as responsabilidades administrativas e criminais do centro por ter deixado de cumprir com o seu mandato", disse.

Ela lembrou que desde o ano passado foram solicitadas medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em nome de vários adolescentes que relataram assédios e abusos sexuais dentro do abrigo.

Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Guatemala condenou o incidente em uma mensagem postada em sua conta no Twitter. "Unicef repudia a tragédia no Lar Virgen de la Asunción. Estas crianças e adolescentes deveriam ser protegidas", apontou.

O responsável pela Infância na Procuradoria-Geral da Nação (PGN), Harold Flores, afirmou que desde o ano passado foram apresentadas queixas contra o abrigo após a fuga de adolescentes que relataram violações sexuais. Ele também disse que iniciará uma investigação para atribuir a responsabilidade pela tragédia.

Reprodução: G1