A eleição presidencial altamente polarizada provocou uma certa apreensão nos Estados Unidos com relação à segurança. Mais de 5 mil policiais foram mobilizados nesta terça-feira (8) enquanto os americanos vão às urnas para escolher o sucessor de Barack Obama na Casa Branca.
Eles ficarão espalhados pelos 1,2 mil locais de votação e nos principais pontos da cidade. Como os dois principais candidatos vão estar em Nova York à noite várias ruas em Manhattan serão fechadas para o trânsito, de acordo com a BBC.
Apesar de estarem preparados e alertas para a possibilidade de problemas, especialistas esperam que as eleições transcorram normalmente.
Um dos aspectos que contribui para a tensão nesta eleição é o fato de a maioria dos Estados permitir que eleitores votem portando armas. Alguns incidentes também foram registrados ao longo da campanha.
Incidentes
O último deles, no sábado (5), foi um alarme falso que assustou o republicano Donald Trump durante um evento de campanha em Reno, no estado de Nevada. O discurso dele foi interrompido por agentes do Serviço Secreto que retiraram Trump do palco às pressas.
No mês passado, um escritório do Partido Republicano na Carolina do Norte foi alvo de um incêndio criminoso, como informou a BBC. Nas paredes, foi escrita a frase "Republicanos nazistas, deixem a cidade ou vão aprender".
Nesta semana, uma igreja no Mississippi, de maioria negra, também foi incendiada propositalmente, com a frase "Vote em Trump" escrita em uma parede.
Existe ainda a preocupação com a possibilidade de ataques de hackers. Por isso, alguns estados pediram ajuda ao Departamento de Segurança Interna para proteger o sistema de votação.
Os locais de votação já têm tradicionalmente a presença de observadores credenciados e treinados pelos partidos, que acompanham votação e apuração para detectar e impedir fraudes, de acordo com a BBC. Em alguns casos, há também monitores do governo ou observadores internacionais.
As declarações de Donald Trump de que o resultado do processo eleitoral poderia ser fraudado em muitas seções eleitorais também geraram insegurança.
Observadores internacionais
Diante desse cenário, é grande o número de observadores internacionais acompanhando as eleições, segundo a BBC. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) participa com 426 observadores. Em 2012, foram 44.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) tem 41 especialistas. A chefe da missão, a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, disse à BBC que o objetivo é "aprender sobre práticas que possam ser compartilhadas com outros Estados membros e oferecer recomendações ao país anfitrião".
Ao contrário dos monitores do governo e dos partidos, esses observadores não interferem no processo eleitoral. Sua missão é observar aspectos como tecnologia, financiamento, papel da mídia e participação e verificar se as eleições seguem padrões internacionais.
Incentivada pelo governo federal, sua presença precisa ser autorizada pelas autoridades estaduais. Em 12 Estados, é proibida. Nas últimas eleições, integrantes da OSCE chegaram a ser ameaçados de prisão no Texas, após serem confundidos com membros da ONU.
Reprodução/G1