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Papa Francisco é vítima de ataques após benção a casais gays: "servo de Satanás"

Representantes da ala conservadora da Igreja Católica criticam decisão de Francisco

Reprodução/YouTube
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O papa Francisco virou alvo de ataques por parte de líderes conservadores da Igreja Católica, após o sumo pontífice permitir a bênção a casais formados por pessoas do mesmo sexo, na última segunda-feira (18) – no entanto, o texto aprovado destaca que o ato da bênção litúrgica aos casais homoafetivos em nada deve se assemelhar ao casamento.

Na última quintra-feira (21), o arcebispo Carlo Maria Viganò, dos Estados Unidos, acusou Francisco de ser um "servo de Satanás". Em um vídeo, o sacerdote afirmou que "o demônio, quando quer nos persuadir a pecar, enfatiza o suposto bem da ação malvada, colocando na sombra os aspectos contrários aos mandamentos de Deus".

Segundo a Folha, a acusação do arcebispo, que durante a pandemia de Covid-19 teve postura negacionista, aconteceu três dias depois de a Santa Sé autorizar a bênção a casais homoafetivos e a aqueles considerados "em situação irregular", termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio. 

A instituição, porém, não alterou seu veto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com Viganò, a atitude do Vaticano é uma "falsa solicitude pastoral para adúlteros e sodomitas".

Outro membro da ala conservadora da Igreja Católica a se manifestar  foi cardeal alemão Gerhard Ludwig Muller. Em entrevista, ele afirmou que abençoar um casal formado por pessoas do mesmo sexo é uma "blasfêmia".

"Nós correspondemos à 'verdade de Deus', em obediência aos mandamentos, e agir voluntariamente contra isso é um pecado grave", afirmou Muller. Ainda de acordo com a Folha, trata-se da primeira vez que a Igreja Católica abriu caminho para a bênção a casais do mesmo sexo.