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O que diz o relatório que exclui conspiração entre Trump e Rússia durante eleição

A campanha do presidente americano Donald Trump não conspirou com a Rússia durante a eleição de 2016, segundo um resumo do relatório do procurador especial Robert Mueller

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Segundo relatório divulgado neste domingo, eleição de Trump não teve interferência do governo russo â?? Foto: Reuters/Carlos Barria

Há quase dois anos Mueller investigava a suposta interferência do governo russo na campanha que elegeu Trump.

O relatório não chegou a uma conclusão sobre se Trump tentou obstruir a Justiça durante a investigação, mas também não isentou o presidente da acusação.

"Embora este relatório não conclua que o presidente cometeu um crime, ele também não o isenta", Mueller escreveu em trecho divulgado neste domingo (24).

O documento foi resumido em uma carta do procurador-geral (o equivalente ao ministro da Justiça no Brasil) William Barr, enviada ao Congresso.

Depois das informações serem divulgadas, Trump tuitou: "Sem conluio, sem obstrução, completa e total absolvição."

Trump, que descreveu repetidamente a apuração de Mueller como uma caça às bruxas, disse neste domingo que "era uma pena que o país tivesse que passar por isso", descrevendo a investigação como uma "derrubada ilegal que fracassou".

Nos dois anos de trabalho de Mueller, alguns dos ex-assessores mais próximos do presidente foram processados e, em alguns casos, presos.

O que diz o resumo do relatório?
A carta-resumo de Barr descreve as conclusões da investigação sobre os esforços russos para influenciar as eleições presidenciais de 2016.

O procurador-geral concluiu: "O procurador especial não descobriu que qualquer pessoa dos EUA ou funcionário da campanha de Trump conspirasse ou coordenasse intencionalmente com a Rússia".

A segunda parte da carta aborda a questão da obstrução da Justiça.

"Ao catalogar as ações do presidente, muitas das quais aconteceram às vistas do público, o relatório não identifica ações que, em nosso julgamento, constituam conduta obstrutiva", escreveram o procurador-geral e o vice-procurador geral, Rod Rosenstein.

Entre essas ações tomadas publicamente está a decisão de Trump, em 2017, de demitir o então diretor do FBI James Comey. Na época, Comey investigava as supostas interferências da Rússia nas eleições do ano anterior, o que depois foi assumido por Mueller.

Barr diz que as provas não foram suficientes para "estabelecer que o presidente cometeu o crime de obstrução da Justiça".

"O procurador especial, portanto, não chegou a uma conclusão – de um lado ou de outro – sobre se a conduta examinada constituía obstrução", continua o documento.

Barr termina sua carta ao Congresso dizendo que vai divulgar mais passagens do relatório, mas que parte do material está sujeita a restrições.

"Solicitei a assistência do procurador especial para identificar todas as informações contidas no relatório o mais rápido possível."

G1 // AO