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O berço da irracionalidade

Como era a vida no Queens, bairro no subúrbio de Nova York onde o futuro presidente cresceu, e por que circunstâncias históricas e sociais podem ter forjado o seu pensamento doentio

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O berço da irracionalidade

Vizinhança Donald e seu pai, Fred Trump, na redondeza onde o presidente eleito cresceu

 

No bairro do Queens, subúrbio de Nova York onde o próximo mandatário americano nasceu, um jovem de sobrenome Trump foi preso por envolvimento numa briga generalizada entre apoiadores do fascista italiano Benito Mussolini e membros do bando racista Ku Klux Klan.

Aquele Trump, que acabou encarcerado vestindo as roupas brancas características do Klan, chamava-se Fred e é pai do presidente eleito na semana passada.

A história, que se passou em 1927, pode ser considerada o prenúncio do ideário da família que, quase um século depois, se tornaria a mais poderosa dos Estados Unidos. “Primeiramente, quero agradecer meus pais, que estão olhando para mim do céu”, disse Trump em seu discurso de posse.

 

“Pessoas maravilhosas. Eu aprendi muito com eles.” O presidente pode mesmo ter aprendido a ser preconceituoso com Fred, que discriminava negros em seus empreendimentos imobiliários, prática que Donald não abandonaria depois de assumir os negócios, em meados dos anos 1970.

Outras de suas marcas pessoais, o ódio aos imigrantes, o autoritarismo, o narcisismo e a teimosia, foram forjadas nas mesmas ruas de onde o pai do magnata foi levado para a cadeia.

“Donald Trump é um homem de 70 anos preso nas emoções de um garoto de 13 anos”, afirmou David Clay Johnston, o principal biógrafo do empresário, em entrevista recente à ISTOÉ. “Sua inteligência emocional parou naquela época.”

(AF)