Mais de 40 pessoas foram detidas até domingo (29) como suspeitas de terem provocado os piores incêndios florestais da história do Chile, cuja força começava a ceder depois de terem arrasado milhares de hectares.
A polícia chilena prendeu 43 pessoas "por sua responsabilidade eventual em incêndios florestais" que afetam sete regiões do centro e do sul do Chile na maior catástrofe florestal da história do país, informou a presidente Michelle Bachelet ao fazer um balanço da tragédia.
A maioria dos suspeitos foram detidos nas regiões de O'Higgins (sul), Maule (norte) e Biobío (sul), as mais afetadas pelo fogo, onde a Justiça local já apresentou acusações contra eles por provocar incêndios. As penas para estes crimes chegam aos 20 anos de prisão.
"Estamos certos de que houve intencionalidade em alguns dos focos; vamos seguir as responsabilidades até o final", afirmou Bachelet.
Embora 90% dos incêndios no Chile sejam causados pelo homem, na atual situação, as chamas também foram avivadas por fortes ventos, altas temperaturas e uma seca que castiga as zonas afetadas há oito anos.
Em nível nacional ainda se mantêm 118 incêndios ativos, dos quais 59 são combatidos, 51 foram controlados e 8, extintos.
Os incêndios deixaram cerca de três mil desabrigados, dezenas de povoados arrasados e mais de mil residências destruídas, segundo um último informe da Corporação Nacional Florestal (Conaf).
O número de hectares afetados diminuiu de 396.000 para 351.000, o que, segundo as autoridades indica uma diminuição da força do avanço do fogo.
"Temos uma situação que tem melhorado devido às ações de combate que vimos tendo", declarou Aaron Cavieres, diretor da Conaf.
Quinhentos e vinte mil hectares foram destruídos durante a temporada 2016-2017, iniciada em julho passado, 4.776% a mais que no período compreendido entre 2015 e 2016.
Mais de 11 mil bombeiros voluntários, brigadistas (bombeiros florestais), militares, policiais, funcionários públicos e vizinhos combatem as chamas nas zonas afetadas.
Mais de quinhentos brigadistas estrangeiros também colaboram. Eles fazem parte do que foi definido pelo governo como a maior operação de emergência da história do país.
Neste domingo chegaram 80 brigadistas venezuelanos e outros tantos de Argentina e Panamá, enquanto Brasil e Estados Unidos enviaram aviões-tanque para jogar água sobre as chamas.
Reprodução: G1