Trinta dirigentes políticos, incluindo um governador e 29 prefeitos, e mais de 50 funcionários do alto escalão do governo de Recep Tayyip Erdogan foram removidos de seus cargos na Turquia, informou nesta segunda-feira a CNN Turk, após a tentativa de golpe militar. Canais de TV também disseram que o número de policiais demitidos subiu para 8.777, em meio ao que é visto como um expurgo das estruturas do Estado. O governo turco caça os insurgentes que tentaram tomar o poder em uma madrugada de intensos confrontos entre sexta-feira e sábado.
As tensões estão elevadas na Turquia na sequência do golpe militar fracassado, que resultou na morte de mais de 290 pessoas. As autoridades turcas sustentam que a situação está totalmente sob controle agora, mas que ainda haveria um pequeno número de soldados que apoiou o golpe em liberdade.
O governo turco indicou que 7.543 pessoas permanecem detidas como parte da investigação do golpe de Estado. Entre eles estão 6.038 militares e 755 magistrados, de acordo com o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim. Cem generais e almirantes também estão entre os presos.
Segundo uma autoridade sênior de segurança, as forças de segurança ainda buscavam alguns dos soldados envolvidos na tentativa de golpe em diversas cidades e áreas rurais, mas não há risco de um novo movimento para tomada de poder.
O comando militar da Turquia sofreu “um duro golpe em termos de organização” devido ao movimento da semana passada, mas ainda está funcionando em coordenação com a agência de inteligência, polícia e governo. Algumas autoridades militares de altas patentes envolvidas na tentativa de golpe fugiram do país, acrescentou a autoridade.
Em uma reunião em Bruxelas nesta segunda-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que União Europeia (UE) e Estados Unidos fazem um apelo à Turquia para que respeite o Estado de direito na investigação do golpe fracassado.
No domingo, durante o funeral das vítimas da violência durante a intervenção militar, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu continuar a limpar o "vírus" responsável pela tentativa de golpe que, em suas palavras, foi derrubado pela vontade da nação.
O expurgo dos envolvidos na tentativa de golpe levou o governo a indicar que a pena de morte pode ser reinstaurada no país. Em Ancara, manifestantes pediram a pena capital para os responsáveis pela ofensiva.
Erdogan respondeu aos pedidos de execução de militares afirmando que tais medidas “podem ser discutidas pelo Parlamento no futuro”.
Reprodução/O Globo