A autoridade que fiscaliza qualidade na China intensificou as inspeções de carnes importadas do Brasil após uma recente proibição dos Estados Unidos a alguns produtos brasileiros de carne bovina.
Os EUA suspenderam as importações de carne in natura brasileira no fim do mês passado, após um elevado percentual dos embarques não passar em testes de segurança. Um dos principais problemas foram abcessos nas carnes, que os produtores brasileiros atribuíram à vacinação do gado contra febre aftosa.
O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina importada e frango para a China.
A Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena chinesa (AQSIQ) disse em nota à Reuters que o Ministério da Agricultura do Brasil garantiu na semana passada que os problemas encontrados nas exportações aos EUA "são apenas reações dos animais às vacinas" e não representam nenhum risco à segurança dos alimentos.
A China destruiu ou devolveu mais de 350 toneladas de carne brasileira em maio, incluindo pés de frango, coxas de frango e carne bovina, segundo uma lista publicada no site da agência na segunda-feira. Alguns não passaram pela inspeção e quarentena, enquanto outros não estavam com a rotulagem adequada.
A China vai tomar as medidas necessárias se encontrar riscos à segurança alimentar nas importações de carne brasileira e irá notificar o público no momento adequado, disse a agência.
A China somente permite importações de carne bovina sem ossos de gados com menos de 30 meses de idade do Brasil, enquanto os EUA permitiam mais tipos de carne brasileira em seu mercado, segundo o órgão.
A China chegou a suspender brevemente as importações de todos produtos de carne do Brasil em março, após a Polícia Federal brasileira acusar fiscais de receber propinas para autorizar a venda de carnes estragadas ou com salmonela.
Mas os chineses rapidamente retiraram as sanções após autoridades brasileiras terem esclarecido detalhes sobre a investigação policial.
Desde então, a agência de supervisão chinesa disse que tem encontrado problemas de rotulagem em algumas importações de carne do Brasil, além de alguns casos de certificados sanitários que não cumprem exigências chinesas.
Fonte: G1