Em discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (28), o Brasil voltou a condenar a invasão da Rússia à Ucrânia, apesar das declarações do presidente Jair Bolsonaro de que o país assumiria postura de "neutralidade" em relação ao conflito.
Representando o Brasil, o embaixador Ronaldo Costa Filho defendeu o cessar-fogo e disse que o descumprimento de acordos não podem ser razão para a invasão de tropas russas ao território ucraniano.
"Nos últimos anos, temos visto uma deterioração progressiva da situação de segurança e do balanço de poder na Europa Oriental. O enfraquecimento dos Acordos de Minsk por todas as partes e o descrédito das preocupações com a segurança vocalizadas pela Rússia preparam o terreno para a crise que estamos vendo. Deixe-me ser claro, no entanto: esta situação não justifica o uso de força contra o território de um estado membro", disse o embaixador.
Costa Filho pediu ainda que a ONU intervenha para evitar que o problema ganhe proporções ainda maiores.
"Estamos sob uma rápida escalada de tensões que pode colocar toda a humanidade em risco. Mas ainda temos tempo para parar isso", ponderou.
A Assembleia-Geral começou nesta segunda para tratar da crise entre os países. Mais cedo, representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram para tentar um acordo, o que não aconteceu.
A Ucrânia sugeriu um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas do seu território, mas a reunião terminou sem solução e o conflito deve prosseguir.