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Baiana revela momentos de terror após atropelamento que deixou 84 mortos na França

Morando em Nice há 20 anos, Solange Barreto disse que a cidade é bem monitorada: 'Não esperávamos'

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“Nossa cidade tem mais de 3 mil câmeras 24 horas pra poder fazer a segurança da população. Não esperávamos que isso acontecesse aqui”, conta a baiana Solange Barreto, moradora de Nice há 20 anos.

Na noite deste 14 de julho, dia de comemoração pela Queda da Bastilha, um caminhão atingiu diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em Nice, na França. Pelo menos 84 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas – cerca de 40 em estado grave, segundo o jornal Le Figaro.

Solange, que mora a menos de 300 metros da praia onde aconteceu o atentado, contou com exclusividade ao CORREIO que foi a primeira vez que algo do tipo aconteceu por lá. Ela disse que o clima é de pânico e ainda não há notícias de nenhum baiano ferido. “Peço a vocês que rezem pela gente e pra que tudo isso acabe. Precisamos de paz e tolerância”, acrescentou. 

Atropelamento
Autoridades classificaram o ato como um atentado, embora um porta-voz do Ministério do Interior da França tenha dito que é muito cedo para afirmar se o ataque é terrorismo. O motorista do caminhão foi morto a tiros por policiais depois de percorrer cerca de 2 km atropelando pessoas, segundo o jornal francês Libération. Uma fonte policial ouvida pelo Le Figaro declarou que foram encontradas várias armas e granadas no interior do caminhão. 

De férias em Nice, a brasileira Luciana Dias Bomfim contou ter evitado Paris por temer um ataque na capital francesa. “Estava na praia com o meu namorado, um clima bem tranquilo, com crianças e idosos, lembrando muito o ano-novo de Copacabana”, comparou a brasileira. 

 

Ela contou que, assim que acabaram os fogos, resolveu voltar para o hotel com o namorado. “Se ficássemos cinco minutos a mais poderíamos estar entre as vítimas”, diz ela. Luciana disse que viu um “mar de gente correndo” e muita gritaria. “Ao chegar lá, vimos gente chorando, pessoas desesperadas e soubemos do que tinha acontecido”, relata. Ela disse ainda que os fogos começaram às 22hs e por volta das 22h30 começou a correria. 

O presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro Manuel Valls foram ainda ontem à noite para Nice. Hollande anunciou que hoje irá reunir um Conselho de Segurança e Defesa para tratar do atentado. 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se pronunciou sobre o atentado e condenou “fortemente o que parece ser um horrível ataque terrorista” na França. Nas redes sociais, internautas e autoridades do mundo todo postaram mensagens de apoio ao povo de Nice usando a hashtag #prayfornice. 

Este é o terceiro atentado no país em menos de dois anos. Em janeiro de 2015, a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, foi invadida por atiradores, vitimando 12 pessoas. No dia 13 de novembro, o Estado Islâmico (EI) promoveu uma série de atentados na cidade – na casa noturna Bataclan e em cinco outras localidades, deixando mais de 120 mortos. 

Reprodução/Correio24h