Um violento assassinato ocorrido durante um ritual de ayahuasca na Amazônia peruana chocou as autoridades do país e trouxe de volta ao centro do debate os possíveis malefícios que a bebida alucinógena, produzida a partir de plantas e raízes encontradas na região, pode causar em certas pessoas.
O britânico Joshua Andrew Freeman Stevens, de 29 anos, atacou com uma faca de cozinha o amigo Unais Gomes, um canadense de 26 anos, após supostamente ter tido alucinações de sua mulher traindo-o com ele, contou o chefe da polícia local, Normando Marques.
O caso ocorreu durante um ritual religioso na região de Iquitos, na Floresta Amazônica, uma das muitas do país que atraem turistas do mundo inteiro, muitas vezes pagando centenas de dólares apenas para fazer parte dele.
A empresa responsável pelo ritual em que o assassinato foi deflagrado se chama Phoenix Ayahuasca. Ela não se pronunciou sobre o crime até esta sexta-feira (18/12).
Permitido também no Brasil para uso em rituais religiosos, a ayahuasca frequentemente se torna alvo de polêmicas devido às consequências que seu consumo pode causar em pessoas pré-dispostas a surtos psicóticos.
Em 2010, o então estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes invadiu a casa do cartunista Glauco Vilas Boas, que era líder da igreja daimista Céu de Maria – adepta da ayahuasca –, e assassinou ele e o filho, Raoni.
Na ocasião, começou a se debater a possibilidade de se proibir a bebida no País, visto que muitos passaram a apontá-la como principal responsável pelo surto que levou Sundfeld, diagnosticado com esquizofrenia, a cometer o crime.
Versões conflitantes
Apesar de a suposta alucinação de Stevens parecer ter sido o que ocasionou o assassinato, algumas testemunhas do crime apresentaram versões conflitantes a ela.
Segundo uma dessas pessoas, foi Gomes quem, ao ter uma alucinação negativa, tentou esfaquear Stevens, que se defendeu e acabou matando-o.
O canadense foi detido e agora aguarda julgamento no Peru.
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