Os rodoviários do Consórcio Salvador Norte (CSN) aprovaram o estado de greve durante assembleia virtual realizada na última segunda-feira (26). De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Daniel Mota, o prazo para assinatura do acordo para pagamento das verbas rescisórias dos profissionais demitidos feito pela prefeitura de Salvador e a empresa encerra nesta quinta (29). Caso não seja feito, os trabalhadores da CSN entrarão em greve geral por tempo indeterminado a partir da sexta (30).
"Ficaram de assinar a minuta para liberar as verbas rescisórias até amanhã. Essa minuta visa a venda de terrenos da CSN. A prefeitura também ficou de liberar R$ 20 milhões para ajudar nos pagamentos dos trabalhadores, mas até o momento isso não ocorreu", afirmou Mota.
Diante do impasse da resolução das obrigações trabalhistas da empresa CSN, os rodoviários cruzaram os braços na manhã do último dia 19. O protesto aconteceu das 4h às 8h nas outras empresas, no entanto na CSN durou mais tempo. Nenhum veículo convencional saiu às ruas durante o período da manifestação. Apenas os ônibus do transporte complementar (amarelinho) e ônibus intermunicipais circularam na cidade. Em audiência intermediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT) no dia 20 de abril, sindicato, prefeitura de Salvador e a CSN assinaram um acordo parcial para pagamento de FGTS e seguro-desemprego aos rodoviários demitidos. Com isso, o FGTS e o seguro-desemprego seriam liberados após a apresentação de alvarás judiciais coletivos à Caixa Econômica Federal acompanhados da lista apresentada pelo sindicato. Nos últimos dias, diversos áudios de supostos rodoviários da CSN têm circulado no aplicativo Whatsapp. Nas gravações, os trabalhadores desabafam sobre a atual situação em que vivem.
"Eu não aguento mais não. Nem vou entrar mais no grupo para comentar nada, porque eu estou desesperado", diz um suposto rodoviário em um áudio. "A gente está desempregado. A carteira não foi dada baixa. Prometeram liberar o FGTS pra a gente tocar a nossa vida […] Eu vou ter que tomar uma providência. Eles [a prefeitura] precisam olhar pelos pais de família que estão passando necessidade", diz outro.
Os desabafos relatados nos áudios foram reforçados por uma fonte do BNews, que preferiu não se identificar. Estamos passando fome. Ticket, que era de 520, veio pra uns 211,55, pra outros 310,00 e pra alguns não veio nada. Os colegas que foram demitidos até hoje não receberam nada, só uma cesta básica. Contas de luz de água, aluguel, escola, gás, tudo sem pagar.
“Estamos precisando muito de ajuda, não sabemos mais a quem recorrer”, afirmou.
Fonte: BNews
MC