O ex-ministro Sérgio Moro e o procurador-geral da República Augusto Aras durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em setembro de 2019. Foto: Dida Sampaio / Estadão
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, criticou nesta sexta-feira, 3, manifestações do procurador-geral da República, Augusto Aras, que questiona a necessidade de haver forças-tarefa dedicadas a investigações específicas.
Moro, ex-juiz federal em Curitiba, defendeu a ‘autonomia funcional’ das forças-tarefa e atacou o que classificou como tentativa de ‘revisionismo’ da Operação Lava Jato.
“Elas (forças-tarefa) são uma criação brasileira absolutamente necessária para se ter uma equipe de procuradores e policiais dedicados a investigar esses crimes mais complexos”, afirmou o ex-ministro em entrevista à colunista Eliane Cantanhêde e ao repórter Fausto Macedo no portal do Estadão. “
Não entendo essa lógica do revisionismo, como se a Lava Jato não representou algo extremamente positivo, que foi uma grande vitória contra a impunidade da grande corrupção. Quem ataca a Lava Jato hoje eu sinceramente não entendo bem onde quer chegar.”
Nos últimos dias, procuradores federais e a cúpula da PGR entraram em choque após Aras determinar diligência para o compartilhamento de dados da Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio.
O procurador-geral da República propôs a criação da Unidade Nacional Anticorrupção (Unac) no Ministério Público Federal (MPF), o que centralizaria em Brasília o controle de operações e prevê que as bases de dados das forças-tarefa sejam administradas por uma secretaria ligada à PGR.
Estadão// Figueiredo