Preso desde novembro do ano passado por suposto envolvimento em um plano para matar autoridades como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, o policial federal baiano Wladimir Matos Soares, através da sua defesa, solicitou a revogação da prisão preventiva. Em despacho publicado nesta quinta-feira (10), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou o pleito à Procuradoria-Geral da República (PGR) e aguarda um parecer do órgão ministerial a respeito do pedido de soltura.
Wladimir Soares foi um dos denunciados ao STF em fevereiro pela PGR por supostos crimes como tentativa de golpe de estado e organização criminosa armada, dentre outros. Na última terça-feira (8), a defesa do policial federal apresentou petição em que solicita:
- A revogação da prisão preventiva com ou sem imposição de medidas cautelares
- A expedição de alvará de soltura em favor do acusado para que ele possa responder ao processo em liberdade
A defesa de Waldimir Soares argumentou que o agente se encontra preso desde 19 de novembro de 2024 e enfrenta “problemas gravíssimos de saúde”. Além disso, narrou a defesa do acusado, o servidor público tem bons antecedentes, residência fixa, reputação ilibada, “sequer conhece os outros acusados” e não teria como prejudicar o andamento do processo, como também não representaria ameaça à ordem pública.
De acordo com os autos do processo, uma audiência do caso está marcada para os dias 20 e 21 de maio para tratar do recebimento da denúncia pelo STF.
Relatório da Polícia Federal
Ainda em novembro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório produzido pela Polícia Federal referente à investigação da tentativa de golpe de estado.
De acordo com o documento que se tornou público, o policial federal baiano Wladimir Matos Soares é acusado de ter repassado “informações sensíveis” sobre a estrutura de segurança do então presidente eleito Lula para o núcleo que planejava o golpe de estado e, inclusive, a morte do petista.
No relatório, a Polícia Federal apontou que, no contexto das ações contra Lula, no decorrer das análises de material apreendido, foram obtidas informações de que Wladimir Matos Soares “atuou como elemento auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado”.
“O contexto dos atos praticados por Wladimir Matos Soares se mostra de elevada relevância, notadamente ao se considerar que os planejamentos antidemocráticos no período envolviam, até mesmo, um plano de execução contra autoridades, entre as quais o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”
Ainda segundo a PF, o agente baiano encaminhou mensagens para Sérgio Rocha Cordeiro, assessor direto do então presidente Jair Bolsonaro e que mantinha ligações com pessoas integrantes do grupo que planejava a tentativa do golpe.
Envenenamento
De acordo com o trecho do relatório relacionado ao agente baiano, o plano para matar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes envolvia a tentativa de envenenamento para causar colapso orgânico.
“Os elementos de prova revelam que o agente de Polícia Federal Wladimir Soares atuou em unidade de desígnios com a organização criminosa, que tentou consumar um golpe de Estado, fornecendo informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado, especialmente relacionadas ao então candidato eleito Luís Inácio Lula da Silva. No caso, conforme exposto, o planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’ tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito Lula por envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”.
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