O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ex-ministro Sergio Moro tenham acesso à íntegra do vídeo que registra a reunião ministerial em que Jair Bolsonaro ameaçou demitir o então ministro da Justiça.
O magistrado autorizou que o vídeo seja visto também pela delegada Christiane Corrêa Machado, que comanda as investigações contra Moro e Bolsonaro. O advogado-geral da União, José Levi, também poderá acessar o registro da reunião.
A mídia está em um envelope lacrado guardado no gabinete do ministro. O material será levado à delegada pelo chefe de gabinete de Celso de Mello.
Depois disso, ela deverá marcar dia e hora para que Aras, ou alguém da equipe dele, e Moro, e também seus advogados, compareçam à PF para ver o material, além do AGU.
Moro diz que, na reunião, Bolsonaro cobrou abertamente, na frente de todas as outras autoridades, a troca na direção da PF (Polícia Federal), com a demissão de Maurício Valeixo, o que acabou ocorrendo e motivando a saída do ministro do governo.
Celso de Mello afirma que o levantamento do sigilo servirá "para que, tendo conhecimento pleno do que se passou" na reunião, as autoridades possam formular perguntas às testemunhas que serão ouvidas no inquérito, na próxima semana.
Serão ouvidos, entre outros, os generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, Braga Netto, da Casa Civil, e Augusto Heleno, do GSI (Gabinete da Segurança Institucional).
O magistrado prevê também que pessoas que já prestaram depoimento, caso de Moro, poderão ser reinqueridas.
Folha// Figueiredo