O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), recebeu um parecer jurídico do Senado, no mês passado, que negava qualquer restrição para exercer o cargo de embaixador do Brasil em Washingnton, nos Estados Unidos (EUA). O parecer foi emitido pelo advogado-geral da Casa, Fernando César de Souza Cunha, em contradição à análise de consultoria técnica.
Em documentos públicos, Fernando aparece como sócio de Augusto Aras, indicado pelo chefe do Executivo para ocupar o lugar de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República (PGR)
Nos processos judiciais, é possível ver a atuação conjunta de Augusto Aras e Fernando como advogados. Um documento de 2012 aponta que os dois tinham um escritório em Salvador, na Bahia. Fernando possui dois registros na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – um da Bahia e outro do Distrito Federal.
O filho de Bolsonaro tem negado insistentemente que haja uma ligação entre o aval jurídico para assumir como embaixador e a indicação de Aras para o MPF. Os documentos revelam, porém, que há ao menos um ponto de conexão concreto entre o filho do presidente e o indicado à PGR por Jair Bolsonaro: Fernando Cunha.
Metropolis // Figueiredo