“Ain, mas ainda é Pré, não é Libertadores”. A provocação “comeu solta” no domingo (8), nas redes sociais, após a confirmação da classificação do Bahia a pré-Libertadores com o triunfo sobre o Atlético de Goiás, por 2×0, na Arena Fonte Nova. A equipe terminou na oitava posição, com 53 pontos, melhor campanha da história do clube na Série A de pontos corridos.
Com o resultado, o Esquadrão volta a disputar a principal competição do continente após 35 anos. A última vez tinha sido em 1989, após ter sido campeão brasileiro um ano antes. Naquele ano, a equipe terminou em primeiro lugar no Grupo 2, com 10 pontos (naquele ano, a vitória ainda valia dois pontos), e invicta, com 4 vitórias e 2 empates.
Nas oitavas-de-final, eliminou o Universitário/PER, com um empate por 1×1, fora de casa, e um triunfo por 2×1, em Salvador, o que fez a equipe garantir vaga à próxima fase. No entanto, nas quartas, acabou eliminado pelo Internacional, após uma derrota por 1×0, em Porto Alegre, e um empate sem gols em Salvador.
Ontem, depois do apito final, várias foram as manifestações de tricolores exaltando o feito da equipe. Postagens como “O Pioneiro Voltou” – em referência ao Bahia ter sido o primeiro time brasileiro a disputar a competição continental, em 1960, tomaram conta das redes sociais.
No entanto, como o baiano já gosta de uma boa “resenha”, não demorou para que os rivais rubro-negros aparecessem para “diminuir” a realização do Esquadrão.
“Eu fico indignado com a imprensa, comentarista ou narrador… Que chama a pré-libertadores de libertadores. Quem ficar em 7° e 8° não vai pra libertadores, vai pra fase classificatória… é tão difícil falar isso?”, questionou um. “E ah, qual é o pote do sorteio mesmo ? Pre libertadores não é libertadores ainda”, comentou outro. “Lembrando que é pré libertadores, se não passar vai ficar feio pro time de Itinga”, disse uma terceira internauta.
Mas afinal, pré-Libertadores é ou não é Libertadores?
Um exemplo de que tudo deve ficar apenas na “zoeira” saudável entre tricolores e rubro-negros é que o artilheiro da Libertadores deste ano fez a maioria dos seus gols na fase anterior a de grupos.
O atacante Júnior Santos, do Botafogo, que marcou o gol do título do alvinegro carioca na vitória por 3×1 sobre o Atlético-MG, fez oito dos seus dez tentos na competição justamente na Pré-Libertadores – além do gol decisivo, ele fez apenas mais um, na fase de grupos, na vitória sobre a LDU (Equador), por 2×1, no dia 8 de maio.
Além disso, vale chamar a atenção de que mesmo entrando na chamada Fase Preliminar da competição – é assim que a Conmebol define este período da Libertadores – o participantes já recebe um valor financeiro. Neste ano, o mesmo Botafogo embolsou US$ 1,1 milhão (pouco mais de R$ 6 milhões) pela participação anterior na fase de grupos.
A título de comparação, a Liga dos Campeões da Europa, organizada pela UEFA, tem uma fase de qualificação anterior a fase de grupos da competição, que também premia os clubes que a disputam. Na Copa do Mundo, há uma espécie de pré-Copa regional, que são as Eliminatórias e valem para o Mundial.
Então, apesar da nomenclatura e de toda a resenha que faz parte do debate sadio entre torcedores, a pré-Libertadores é, sim, parte da Copa Libertadores da América. A diferença é devido aos critérios de classificação utilizados para esta fase ou diretamente para a de grupos. A visibilidade e exposição da marca das equipes, internacionalmente, são as mesmas do que em relação aos clubes que entram nas fases posteriores.