O licor está tinindo, o milho descascado, as bandeirolas erguidas e a fogueira pronta para manter o fogo aceso. Mas, e a fantasia de caipira? Bem, ela será totalmente desnecessária. Chegou o grande dia! Agora é oficial: a prefeitura da cidade de Entre Rios, município ao qual Massarandupió faz parte, confirmou a liberação do Forró Nu. O evento levantou polêmica e dividiu opiniões na localidade, no Litoral Norte, a 90 Km de Salvador.
O organizador da festa, Davi Andrade, disse ao CORREIO que recebeu autorização do município e está quase tudo pronto. No total, 60 casais devem participar do Forró Nu. A maioria, diz Davi, vem de outros estados. “São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco. A procura é grande, mas não vamos passar de 60 casais”, garantiu Davi.
O procurador do município confirmou que, após vistoria, foi constatado que a organização cumpriu todas as recomendações da prefeitura. O Espaço Liberdade, sítio onde será realizado o rala-coxa, foi devidamente cercado com palhas para que os participantes não sejam expostos a olhares curiosos.
“Mas nossa intenção principal era proteger a comunidade. Por isso, além de todas as recomendações impostas a qualquer evento, solicitamos a total vedação do entorno da festa”, explicou Brígido Neto. O Forró Nu é realizado em um estabelecimento particular de Massarandupió. Proprietário do Espaço Liberdade, Davi explica que o evento vai seguir as regras do código de ética naturista, que proíbe, entre muitas outras coisas, sexo explícito.
“Vai ser um forró como outro qualquer, com muita alegria e respeito. A única diferença é que as pessoas estarão nuas”, disse Davi. A presença de crianças também está proibida. Apenas casais serão autorizados a participar do forró. Mas a polêmica é muito maior. A realização do Forró Nu trouxe novamente à tona uma discussão antiga que, recentemente, virou motivo de batalha na localidade.
De um lado, os naturistas tradicionais que são contra a realização desse tipo de festa e acusam as pousadas de promoverem eventos de suingue que incentivariam a prática do sexo. Do outro lado, os estabelecimentos admitem que seu público se mistura entre naturistas e praticantes do suingue, mas dizem que são expressamente contra o sexo em público.
O fato é que a Associação Massarandupiana de Naturismo (Amanat), que atualmente administra a praia, não apoia a festa. Tanto que entrou com uma representação no Ministério Público para impedi-la. A ação foi o ponto de partida para a formulação de um projeto de lei que estabelece regras de convivência na praia de naturismo.
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