Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros do Estado da Bahia (Sindcordas), Matias Santos afirmou à Salvador FM que a categoria não fez “greve” durante o carnaval. Diversos blocos ficaram sem cordas ao longo do desfile, como mostrou a reportagem. O esvaziamento de profissionais, segundo Santos, aconteceu pela desorganização na saída dos blocos.
“Não foi greve e nem protesto, mas sim exaustão a espera do bloco sair. Tem bloco que saiu 16h e a Saltur [Empresa Salvador Turismo] só libera 18h30. O cordeiro migra para outro bloco. O cordeiro faz um compromisso com outro bloco, já visando o horário que vai terminar. Perto do trajeto, antes de acabar, o coordenador vê o horário e vai puxar outro bloco. O que tem que nos atentarmos é que por trás do carnaval, da diária, na caminhada do trajeto, tem que se ter uma contrapartida social por parte do poder público e não está tendo”, afirmou.
Com diária mínima fixada em R$ 60, o presidente do Sindcordas disse que a festa de 2023 não foi boa para a categoria, que ainda clama por mais atenção do Estado e da Prefeitura de Salvador.
“Não foi um bom ano pro cordeiro, nada mudou. O sindicato teve papel social na pandemia, conseguimos três mil cestas básicas, a gente deu assistência médica, jurídica. É pouco? é. O carnaval não melhorou, estagnou. Não teve avanço na assistência social do cordeiro. O cordeiro é o último personagem do carnaval a ser lembrado. Se não fosse o MPT e a mídia, não seríamos lembrados. O Comcar [Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares] não lembra da gente. Esse ano o carnaval foi de sucesso de vendas, mas não de apoio social. Tivemos avanços, sim. verificamos EPIs, luvas, protetor auricular. Maioria dos blocos cumpriu pré-requisitos, mas o poder público deu as costas como se fôssemos marginais do carnaval”, constatou.