"Meu presente de aniversário, ontem, foi a morte do meu filho. Vou enterrar meu príncipe", lamenta Joice Pinheiro do São Pedro, mãe de Jeferson São Pedro Almeida, de 21 anos, que teve morte cerebral confirmada na quarta-feira (6), cinco dias após ter sido baleado durante o carnaval de Salvador.
Jeferson foi atingido por disparo de arma de fogo na sexta-feira (1º), quando acompanhava o desfile do bloco Olodum, no circuito do Campo Grande. Na ocasião, outras três pessoas foram baleadas, mas conforme informações da polícia, não correm risco de morte.
De acordo com Joice, o filho, que estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), não costumava passar o carnaval em Salvador e que, antes dele ser baleado, ela se surpreendeu em vê-lo na festa.
"Quando encontrei ele na avenida eu disse: 'Jeferson, você está fazendo o que aqui?'. Aí ele disse: "Só vou viajar sábado'", contou. Ele passaria carnaval em Cabuçu, no recôncavo baiano.
Conforme relatou Joice, Jeferson se afastou para comprar um refrigerante para ela, quando os disparos ocorreram.
"Eu só vi as pessoas correndo e ele sendo carregado por um monte de gente, já ferido. E minha nora tentando estancar o sangue dele", relatou.
Joice ainda detalhou que Jeferson era casado e deixa um filho de um ano e oito meses. A mãe do jovem contou que ele era mecânico, trabalhava em uma oficina e também estudava. Ele terminaria o Ensino Médio este ano. Segundo Joice, o sonho dele era ter o próprio negócio.
"Meu filho era trabalhador, um ótimo filho, o amor da minha vida. Ninguém sabe a dor que eu estou sentindo e eu não sei porquê até agora estou de pé. Minha filha mais nova, de seis anos, não come desde sexta-feira, por conta da situação do irmão", relatou.
O suspeito de efetuar os disparos que atingiram Jeferson e outras três pessoas foi preso na quarta-feira. O homem, identificado como Edmilson Silva dos Santos Júnior, será apresentado pela polícia nesta quinta (7).
G1 // AO