De volta ao Brasil após quatro anos na Itália, a modelo trans, Lea Cerezo, escolheu Salvador para curtir o carnaval e celebrar a vida após os dois anos de pausa, devido a pandemia de COVID-19. Vivendo o momento tão esperado, no Camarote Expresso 2222, ela não escondeu a sua emoção em poder mais uma vez festejar.
“Foi muito emocionante ontem. Foi o meu primeiro dia e é muito forte. Eu estava na Itália quando tudo começou. Fiquei dois anos sozinha lá. Foi muito difícil, principalmente porque minha família estava aqui no Brasil. E é longe, né? Então foi aquela questão, muito da minha preocupação pelo país também, pelo Brasil. Eu sei que infelizmente muitas pessoas não estão mais aqui, mas egoísticamente falando, poder falar que eu perdi algumas pessoas na minha vida também, mas eu ver a minha família viva e ver a galera celebrando a vida dessa maneira é o que me consola em todo o processo. É muito difícil, mas está tudo ótimo, maravilhoso. Estamos vivos, né”, comemorou.
Léa deseja estender a comemoração por mais algumas semanas, já que este mês, irá fazer aniversário e deseja comemorar na capital baiana, ao lado de pessoas queridas. “Eu quero ficar aqui. Eu vou fazer aniversário no dia 19 de fevereiro, celebrar, nada demais, com uns amigos aqui, e eu quero ficar em Salvador, tranquila e eu não tenho a intenção de ir para outros lugares”, garantiu.
A modelo conta que o principal motivo de ter deixado o país foi a entrada do governo Bolsonaro, pois se sentia ameaçada. “Eu saí quatro anos atrás, inclusive com muito medo. Eu fui uma fugitiva. Eu fui covardemente uma fugitiva, porque aquele governo é tudo aquilo que eu nunca, nunca, nunca quis ver e infelizmente eu tive que ver o meu país, e a gente sabe a realidade do nosso país como é […]
Eu posso chamar aquilo de presidente? […] Eu venho da Itália, eu conheço o fascismo, eu sei quem é Benito Mussolini [político italiano criador do fascismo], eu sei o que aconteceu”, pontuou.
No governo Lula, ela enxerga a esperança de um futuro melhor e deseja voltar de uma vez por todas para o país. “É muito, muito, muito gratificante. Eu quero voltar pro Brasil, tenho vontade de investir nesse país porque eu acho que agora vai mudar pra muito melhor. Eu tenho essa esperança. Eu quero ser essa esperança. Claro, não vai ser de um dia pro outro, porque o estrago que está o Brasil agora… mas eu tô muito positiva. Eu acho que o Lula vai fazer algo legal”, opinou Léa.