Materiais como garrafa pet e rótulos são transformados em fantasias e adereços pelas mãos do grupo de residentes da Casa da Cultura do Idoso, localizada no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho. O espaço, administrado pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), oferece atividades lúdicas e educativas. A instituição atende 173 idosas, que irão desfilar as peças que produziram pelas ruas do Centro Histórico, nesta quinta (20) e sexta-feira (21), a partir das 19h.
A produção das peças é acompanhada de perto pelo artista plástico e coordenador do grupo, Joaquim Assis. Ele explica que a proposta é elevar a autoestima das participantes. “Utilizamos materiais que seriam danosos ao meio ambiente e transformamos em arte. E todo esse trabalho exuberante será usado por cada uma delas".
O artista plástico acrescenta que "para este ano, trabalhamos o tema 'Educando o negro na cultura da fé', uma forma de agradecimento aos nossos antepassados que foram escravizados. Nas roupas estarão estampados o Pelourinho, a Igreja do Rosário dos Pretos, o casario e tudo aquilo que faz com que a cultura e a diversidade do nosso estado sejam vistos por nossos visitantes”.
A aposentada Leni Gonçalves, 85 anos, não esconde a satisfação de participar do desfile carnavalesco. “É maravilhoso trabalhar com material reciclável. É algo que eleva a nossa autoestima. O nosso envolvimento é tão grande que, às vezes, chegamos cansadas ou estressadas e saímos leve. É um trabalho lindo e gratificante e que ainda conta com a participação dos nossos familiares. A gente quer passar esse exemplo para nossos filhos e netos”.
A Casa da Cultura do Idoso foi inaugurada no Largo Quincas Berro D’Água em dezembro do ano passado. Ela disponibiliza oficinas de dança, teatro e artesanato. “O nosso objetivo é trabalhar juntamente com o grupo residente, o Eterna Juventude, e elaborar ações com este público para a valorização das culturas populares e identitárias. A Casa da Cultura do Idoso vem para trazer, resgatar e valorizar a autoestima da pessoa idosa e, em conjunto com isso, a importância dos grupos culturais”, afirma o diretor do CCPI, André Reis.
Secom – Governo da Bahia // Itatiaia Fernandes