Tradição no Carnaval de Salvador, a Mudança do Garcia arrasta sua própria multidão. À Salvador FM, alguns foliões elencaram os motivos para participar do bloco de rua que já ganhou a avenida. Para Alexandro Santos, a irreverência é o principal fator. "Tem a irreverência, o humor, isso perpassando questões políticas, ambientais. Outra coisa é 'menos muvuca'. Fazer política, escracho e sem empurra-empurra", afirmou.
Os moradores do Garcia também participam ativamente. É o caso de Edilson Rios, mais conhecido como Boquinha do Gás. Ele, que é produtor cultural, foi "nascido e criado" no Garcia. A Mudança é tão boa para Boquinha que nem a avenida o seduz. "Tenho 10 anos que não coloco os pés nos circuitos, vejo sempre a mesmice. Passando uns 30 trios na Barra, é o mesmo repertório. As mesmas músicas martelando na nossa cabeça. Agora, no Garcia é uma miscelânia. Tem samba duro, samba de roda, axé, fanfarra. fico feliz por ter um carnaval assim, diferenciado, em Salvador", celebrou.
E saco vazio para em pé? Não! Para garantir a "sustança", dona Lídia vende a tradicional feijoada no restaurante Sabores do Garcia. "Hoje todo mundo vem, resenha, discute. Todo mundo permanece vivo, tudo muito gostoso. Salvador é pobre quando se fala de café da manhã. O pessoal passa aqui e pega a feijoada. Hoje temos xinxin e feijão baiano".