Polêmica

'Experiência adversa ao espírito do nosso Carnaval', avalia secretária da Igualdade Racial sobre 'Passarela do Apartheid'

Ângela Guimarães também explicou as ações antirracistas aplicadas durante a folia

Foto: Vagner Souza/PS Notícias
Foto: Vagner Souza/PS Notícias

A secretária estadual da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, marcou presença no segundo dia do Carnaval de Salvador 2025, nesta sexta-feira (28). Em entrevista ao PS Notícias, a gestora da pasta se mostrou contra à existência da polêmica “Passarela do Apartheid”.

“Essa situação causou a mobilização de muitas instituições. Muitas organizações acionaram a Justiça e a Justiça realmente suspendeu essa experiência, que é uma experiência completamente adversa ao espírito do nosso Carnaval”, declarou Ângela.

A estrutura em questão foi instalada nas proximidades do Clube Espanhol, que liga o Morro do Ipiranga a um camarote privado no circuito Dodô (Barra/Ondina). O intuito era evitar que os clientes do espaço passem pelos foliões da Pipoca.

“A riqueza do nosso Carnaval é exatamente isso: essa convivência com a pluralidade com pessoas que são daqui, com pessoas que vêm de fora, pessoas de culturas diferentes, a possibilidade de ter acesso a essa riqueza das expressões culturais que se apresentam, essa possibilidade da gente conhecer ou reencontrar pessoas. Então, aquela passarela estava completamente na contramão do que a gente acredita que um Carnaval inclusivo, um Carnaval democrático, um Carnaval de braços abertos para todas as pessoas”, defendeu.

Foto: Vagner Souza/PS Notícias

Combate ao racismo no Carnaval

Além disso, Ângela Guimarães explicou as estratégias adotadas pela pasta para o combate ao racismo no Carnaval de Salvador 2025. Durante a entrevista, a secretária afirmou que estão acontecendo ações em diversos pontos da folia.

Este ano, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial tem como foco a campanha “Com o racismo não tem folia”, que visa a prevenção de ocorrência dos crimes de racismo, injúria racial e intolerância religiosa nos circuitos.

“Nós estamos com equipes volantes recebendo visitantes, turistas que chegam pelo Porto, pelo aeroporto, pela rodoviária e também pelo metrô. Aém de termos equipes volantes em todo o circuito da folia, tanto aqui em Salvador, incluindo os centros dos bairros, como também no interior. Em parceria com a prefeitura, estamos em mais de 20 cidades do estado da Bahia, compreendendo que essa festa, onde nós investimos tanto da nossa criatividade, onde essa diversidade cultural nossa se expressa, não é possível que tenha nenhum tipo de ocorrência vinculada à violação de direitos. Então, nós atuamos de forma preventiva, mas também compreendemos que há pessoas que insistem em cometer esse tipo de crime. Para isso, os canais de denúncia precisam estar acessíveis”, explicou.

Além disso, a secretaria dispõe de cinco postos de denúncia em articulação com outras pastas ligadas ao Estado. São eles: sistema de Justiça, dentro do plantão integrado de Direitos Humanos, na barra no Edifício Nau, no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) da Carlos Gomes, além da estação do metrô da Lapa; uma unidade móvel do Centro de Referência, próximo à sede do Olodum, na Praça Municipal; no plantão integrado das Gordinhas de Ondina; e no Campo Grande, próximo ao monumento Pé do Caboclo, na parte interna da Praça 2 de Julho.

“Esses postos são muito importantes porque lá nós dispomos de equipe multidisciplinar, equipe profissional com assistentes sociais, psicólogas, advogadas, que podem fazer esse acolhimento devido a um acolhimento e um atendimento especializado e o devido registro dessas denúncias”, finalizou.

>>>Siga o canal do PSNotícias no WhatsApp e, então, receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.