Carnaval

Coletivo de mulheres de combate ao assédio prevê distribuição de 30 mil tatuagens no carnaval: 'Não é não'

Campanha criada no Rio de Janeiro chega à Bahia em 2019. Embaixadora do projeto no estado disse que a ideia é criar rede de apoio para mulheres.

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Coletivo 'Não é não' vai distribuir tatuagens no carnaval de Salvador  â?? Foto: Divulgação

 

"Não é não". A frase parece óbvia, mas as mulheres ainda precisam repeti-la constantemente para os homens que insistem no assédio, principalmente durante festas onde há grande aglomeração de pessoas, como é o caso do carnaval.

Foi pensando em fortalecer essa rede de mulheres que exigem respeito aos seus corpos que surgiu, em 2017, um coletivo que promove a produção e distribuição de tatuagens com a frase: "Não é Não". As tatuagens, que não podem ser vendidas, são tipo adesivos e coladas ao corpo. Com o tempo elas saem da pele.

Para a produção das tatuagens é feita uma campanha de financiamento onde as pessoas podem colaborar com dinheiro. A campanha estreia na Bahia em 2019, mas no ano passado o estado recebeu as tatuagens para serem distribuídas no carnaval de Salvador, conforme conta a embaixadora do grupo na Bahia, a produtora cultural Gabriela Guimarães.

"No ano passado não tinha a campanha aqui, recebemos adesivos do Rio de Janeiro. Este ano é diferente. Foi feita arrecadação e superamos a nossa meta. Reafirmamos nosso direito de dizer não com financiamento coletivo e o projeto cresceu", contou Gabriela.

De acordo com ela, a campanha, que começou no dia 4 de janeiro, tinha como meta juntar R$ 5 mil para a produção de três mil tatuagens. Entretanto, antes mesmo do encerramento da campanha, previsto para sexta-feira (15), elas já tinham conseguido arrecadar mais de R$ 6.900.

"Vamos conseguir fazer 15 mil tatuagens. Também recebemos ajuda do fornecedor das tatuagens e devemos produzir mais. Prevemos a distribuição de 30 mil tatuagens aqui na Bahia", disse.

Além da capital baiana, Gabriela disse que haverá distribuição de tatuagens nas cidades baianas de Ilhéus e Vitória da Conquista.

"A gente precisa de polinizadoras, pessoas que queiram ajudar a distribuir durante o carnaval em outras cidades. A gente preza de que seja de mulher para mulher. A gente quer fortalecer a rede das mulheres", explicou.

 

G// Figueiredo