Com mais de 80 anos de história, a Mudança do Garcia é tradição no Carnaval de Salvador. Nesta segunda-feira (3), um dos blocos que desfila é o Xô Assédio.
Assim, o grupo desfila em defesa dos direitos das mulheres e combatendo todos os tipos de assédio e violência. Dessa forma, deixa o final de linha do Garcia rumo ao Campo Grande (circuito Riachão).
Em entrevista ao PSNotícias, a vereadora e apoiadora do bloco, Aladilce Souza (PCdoB), falou da importância de levar o movimento para a tradicional Mudança do Garcia.
“A mudança do Garcia é um espaço de reverência, de denúncias e de reivindicações também dentro do carnaval. É uma manifestação que a gente tem, assim podemos dizer, é um carnaval dentro do carnaval, mas é um espaço democrático e desde o ano passado que esse bloco se formou a partir de entidades que defendem a mulher. Porque a gente sabe como a sociedade ainda trata a mulher como coisa e o machismo. Então é nesse momento que a gente traz a mensagem de não é não”, diz Aladilce.
Além disso, a vereadora enalteceu a representatividade imposta no nome do circuito Riachão, o qual homenageia o cantor e compositor Clementino Rodrigues, conhecido como Riachão. O cantor nasceu no bairro do Garcia, em Salvador.
Assim, a presidente da Ampara Mulher, Isabela Conde reforçou as ações do movimento durante o terceiro desfile do grupo na Mudança do Garcia.
“Essa ação está acontecendo pelo terceiro ano. É importante a gente ressaltar que o lugar de mulher é onde ela quiser. E as mulheres precisam ter a liberdade de se expressar, a liberdade de se vestir, a liberdade de ser mulher sem ser agredida”, explica Isabela.
Jéssica Baiano, da União Brasileira pelas Mulheres, que também integra as ações do Xô Assédio, falou das reivindicações do grupo em busca de melhorias para as mulheres.
“Estamos aqui hoje reivindicando o Xô Assédio, o não é não, a importância de ser contra a violência, contra os corpos das mulheres. Estamos aqui defendendo a nossa liberdade, a nossa liberdade de expressão, a nossa liberdade de ter o nosso corpo e de fazer da nossa vida, de fazer o que quiser e de a gente ser o que quiser. Então nós mulheres estamos aqui reivindicando a escala 6×1, que nos prejudica, reivindicando melhorias para as mulheres na cidade de Salvador e mais que isso, melhoria o direito das mulheres na saúde, na educação, mais creche, mais possibilidades para que a gente possa estar numa cidade mais segura e mais humana”, reforça Jéssica.
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