A irreverência é a principal marca da Mudança do Garcia, realizada todos os anos na segunda-feira de Carnaval de Salvador. Vários são os personagens que ocupam o bairro na região central da cidade para se expressar de alguma forma. Um desses fiéis participantes é o fotojornalista Antônio Queirós, que há cinco anos comparece vestido de freira.
Bem-humorado, Queirós, ou a “freira da Mudança”, conversou com o portal PS Notícias e contou como surgiu a ideia de inserir uma figura religiosa em meio ao ambiente profano do Carnaval.
“Essa fantasia tem uma história legal. Eu sou repórter fotográfico e fui fazer uma cobertura de uma cara que se vestia de freira e saia aqui (na Mudança), na época das carroças, aí eu gostei. Ele deixou de sair, hoje ele tem 80 anos. No outro ano já tinha outro rapaz com ele, mas eles deixaram de sair e eu comecei a usar (a fantasia)”, contou sobre a herança do legado.
Meio freira, meio diabo
Antônio Queirós também destacou as vantagens de usar o personagem religioso. “Acho muito legal a freira, você não tem confusão, não acha confusão. Freira não briga, o problema é que eu tenho um diabo que sai comigo”, brincou, arrancando risos.
Para encerrar, com o poder de observação e análise de um bom fotojornalista, Queirós comentou sobre a importância das manifestações da Mudança do Garcia: “Aqui é o nosso direito de resposta para essa sociedade que nós vivemos. Onde podemos ter voz é aqui na Mudança do Garcia”.
*Com a colaboração da repórter Francis Vasconcelos
Entrevista com a ‘freira’:
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