O Carnaval de Salvador é um momento de diversão para a maioria, no entanto, dias de trabalho para muitos. Responsáveis por completar a festa dos foliões, os ambulantes encontram no evento uma oportunidade para aumentar a renda.
Entretanto, o serviço é cheio de desafios, que começam mesmo antes da folia. Por isso, no segundo dia da festa momesca, o PS Notícias foi até o circuito Dodô (Barra/Ondina) para conversar com os profissionais e entender as dificuldades enfrentadas.
“Poderia melhorar em termos de segurança e proteção da chuva, com capa de chuva, lona, porque a gente está muito vulneráve”, lamenta Nataly.
Movimentação
Já Valdice, além desses problemas, opinou ainda que a movimentação está fraca, comparada ao ano anterior. A situação piora devido ao preço das bebidas, que está mais caro.
“Esse ano estou achando muito fraco. Achei que as bebidas ficaram mais caras pra gente e o valor que a gente está passando não está sendo bom. Banheiro para a gente tomar banho, vai e não encontra água. Tudo isso eu acho que podia melhorar. Esse ano tá fraco o Carnaval de Salvador, não está igual ao ano passado não. Ano passado eu acho que foi melhor”, opinou.
Jamily compartilha da mesma opinião, e acrescenta que sente falta de acesso à comida com um valor mais acessível.
“A vendagem está um pouco fraca ainda, mas é porque é o segundo dia. Banheiro não tem o suficiente para os ambulantes, falta um restaurante popular para os ambulantes, coisas melhores para a gente”, acrecentou.
Apesar dos desafios, há ambulantes satisfeitos
Eliene não nega que há muito o que melhorar, no entanto, afirma que está tudo dando certo. Ela comemorou por ter ficado de fora da passarela destinada aos ambulantes, pois ouviu relatps de que as vendas por lá estão mais fracas.
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“Graças a Deus, graças aos nossos esforços e o da Prefeitura também, porque querendo ou não, se eles não fizerem o trabalho deles nós não poderemos fazer o nosso, dentro do possível estamos sim, desenvolvendo nosso trabalho esperando o melhor. É claro que existem dificuldades. Nós gostaríamos que tivesse um banheiro próximo à gente, mas não tem. Temos que caminhar muito para ir ao banheiro. A questão da plataforma, infelizmente não coube todos. Algumas pessoas estão se queixando que não teve esse rendimento, mas eu agradeço por estar do lado de cá. Nesse momento eu não trocaria o lado de cá pela plataforma, por questões financeiras. Mas toda causa é justa, tudo o que é feito em prol do ambulante é válido”, relatou.
Além disso, contrariando a opinião de outras profissionais, Eliene comentou que, de acordo com sua experiência, o movimento não está fraco, e sim condizente com o que é visto nos primeiros dias dos festejos nos anos anteriores.
“O movimento, eu acredito que para começo de Carnaval, está dentro do normal e a tendência é melhorar. Nós esperamos que melhore porque nós estamos aqui para vencer essa guerra e quando chegar no final do Carnaval, financeiramente falando, estarmos satisfeitos. Nesse momento está devagar, mas vamos esperar que melhore porque está só começando a festa”, finalizou.
Passarela dos ambulantes
Por fim, o PS Notícias ouviu Daniele, que também está contente com as vendas, mesmo sendo uma das ambulantes que está na plataforma. A maior queixa dela é em relação aos clientes, que reclamam do valor dos produtos e não valorizam as dificuldades dos trabalhadores.
“Os clientes estão reclamando muito do valor da cerveja. Já não tá saindo barato para a gente e eles estão questionando o preço, sendo que eles não olham que a gente fica aqui dormindo na chuva, o gelo, que a gente tem que pagar banheiro, pra carregar celular. Pra tudo a gente tem que pagar. Difícil o acesso ao banheiro e pra tomar banho tá horrível. Os banheiros estão podres e a gente tem que pagar se quiser um banheiro mais ou menos limpo. Mas está valendo a pena trabalhar na plataforma”, disse.
*Com informações de Francis Vasconcelos
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