O som animado e descontraído das bandinhas de sopro, que deram o tom no 4º dia de festa do pré-carnaval de Salvador, na noite desta quarta-feira (27), animou quem compareceu ao bairro da Barra, na orla da capital baiana. Ainda mataram a saudade — ou ascenderam a nostalgia — do ritmo dos antigos carnavais, que remontam a períodos anteriores à década de 50, quando os trios elétricos potentes ainda nem tinham entrado em cena.
Fantasiados ou não, centenas de foliões, entre crianças, adultos e idosos, se divertiram ao som das marchinhas, dos instrumentos de sopro e baterias, que marcam a véspera da abertura oficial do carnaval da cidade, que acontece na quinta (28).
Foram mais de mais de 20 atrações, algumas pagas e outras gratuitas, que desfilaram no circuito Sérgio Bezerra, que vai do Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da cidade, ao Morro do Cristo.
No percurso, de cerca de 1km, canções históricas do carnaval soteropolitano e hits do momento eram tocadas pelas bandinhas com o intuito de não deixar ninguém parado.
A concentração dos foliões no Farol para a festa já acontecia desde o final da tarde, bem antes de o primeiro bloquinho dar largada os desfile, as 19h.
O primeiro bloco a sair foi o Mulheres no Comando, que em 2019 completa 3 anos de existência. A agremiação, formada só por folionas e cujo nome foi inspirado em uma música da banda Psirico, reuniu mais de 400 integrantes este ano.
"Em 2016, eu e algumas amigas nos reunimos e decidimos criar o bloco com esse nome por causa daquela música 'Mulheres no comando, mulheres no poder'. Foi uma forma que a gente encontrou de sair juntas e também de reunir só mulheres com a proposta de dizer que somos poderosas e que também podemos atuar em posição de comando", destacou a psicóloga Acácia Souza, 44 anos, uma das líderes do grupo.
A cada ano, as meninas usam looks diferentes. "No primeiro ano nos vestimos de policiais, depois de bombeiros e agora, em 2019, de oficiais do exército", disse.
O bloco Cerveja e Pimba, que desfilou na sequência, também foi criado a partir da ideia de alguns amigos, fãs dos carnaval de outras épocas. É mais antigo que o Mulheres no Comando, porque leva foliões à avenida desde 2013.
Adriano Stolze, de 38 anos, um dos mentores do bloco, diz que, hoje, cada desfile chega a reunir cerca de 800 pessoas. Pago, é uma das poucas agremiações que oferecem serviço de open bar. "Quatro amigos se juntaram e fizemos o bloco. No primeiro ano, cada amigo levou 25 amigos e formamos um grupo para sair na folia. Hoje, são 800 associados", afirma.
G1 // AO