Diante do avanço da implementação do sistema de reconhecimento facial por parte do Bahia e do Vitória na Casa de Apostas Arena Fonte Nova e no Estádio Manoel Barradas (Barradão), respectivamente, os clássicos Ba-Vis podem ser realizados com torcida mista a partir de 2025.
O clássico Ba-Vi não é disputado com a presença de torcedores das duas equipes há quase sete anos por conta dos constantes casos de violência entre os torcedores. O último jogo entre Bahia e Vitória neste formato aconteceu no dia 18 de fevereiro de 2018. A partida foi previamente nomeada como “Ba-Vi da paz”. Desde então já foram 19 clássicos entre Bahia e Vitória com apenas a torcida do time mandante do jogo determinado.
Conforme a Lei Geral do Esporte (sob número 14.597/2023), todos os estádios brasileiros têm que ter pelo menos 20% da capacidade total com o uso do reconhecimento facial para o controle de acessos dos torcedores. Os estádios devem ser regularizados, conforme previsto em lei, até junho de 2025. A medida busca trazer mais segurança aos torcedores.
Em entrevista ao programa Toda Hora, da Salvador FM, e ao PSNotícias, o representante da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Frederico Albuquerque, que esteve presente na cerimônia de divulgação do sistema de reconhecimento facial da Fonte Nova nesta quarta-feira (23), não descartou a volta da torcida mista no clássico Ba-Vi. Porém, antes disso, análises serão feitas.
“Eu acho que após nós termos esses sistemas instalados, que o nosso prazo é até o ano que vem, a gente vai conseguir ter dados estatísticos para poder apresentar para as autoridades competentes o que eles podem decidir, ou seja, melhorou a situação? E a partir daí toda uma decisão baseada em dados”.
Relembre como foi o “Ba-Vi da paz”
O último jogo entre Bahia e Vitória com torcida mista, o “Ba-Vi da paz” foi realizado no dia 18 de fevereiro de 2018, no Barradão, válido pela 6ª rodada do Campeonato Baiano, e foi protagonizado por brigas e polémicas. O esquadrão conseguiu o triunfo da partida por W.O depois do rival exceder o limite de expulsão.
A partida marcava o retorno das duas torcidas nos clássicos baianos, após seis confrontos. Por isso, foi batizado de “Bavi da paz”, na intenção de incentivar a boa relação nos estádios. Contudo, o nome sugestivo logo se tornou irônico por parte dos próprios jogadores de ambas as equipes.
Com gol do atacante Denilson, o Vitória abriu o placar logo aos 33 minutos de jogo. O confronto estava tranquilo até o gol de empate do Bahia. No início do 2º tempo, Vinícius (Vina) empatou o jogo e comemorou com dancinha tradicional dele na frente da torcida adversária. Os jogadores do Leão da Barra foram tirar satisfação e começou uma confusão generalizada no campo, paralisando o jogo por 16 minutos.
O árbitro Jaílson Macedo de Freitas expulsou quatro atletas do Bahia: Vinícius, Lucas Fonseca, Rodrigo Becão e Edson (os dois últimos da reserva) e três do rival: Kanu, Rhayner e Denílson. Com a confusão controlada, o juiz autorizou o reinicio da partida.
Mas, aos 32 do 2º tempo, Uillian Correia fez falta em Zé Rafael e tomou o segundo cartão amarelo, sendo expulso. O então treinador do Vitória, Vagner Mancini, chamou alguns jogadores para passar instruções. Logo após isso, Bruno Bispo tentou retardar o recomeço do jogo para impedir a cobrança de falta do Tricolor, parecia pedir para ser expulso. Sem outra saída, o juiz deu o segundo amarelo e o Rubro-Negro chegou a quinta expulsão na partida que, pela regra, obriga o juiz a finalizar o jogo.
O confronto foi finalizado aos 34 minutos do segundo tempo com o placar de 1 a 1 e o Bahia venceu por W.O por conta da quantidade de expulsos do time rival. Muitos torcedores do tricolor se referem a esse dia como “fuga das galinhas”. No total foram 17 cartões aplicados pelo árbitro (oito amarelos e nove vermelhos).
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