A tradicional festa de aniversário de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, que aconteceria no último dia (9), foi mudada pela prefeitura para esta quinta-feira (19), por um motivo nobre: a passagem da Chama Olímpica pela cidade, a primeira no Estado a receber o tour do símbolo máximo dos Jogos.
O adiamento da festa deixou parte da população desconfiada: estaria o tour olímpico à altura da celebração? Até por conta disso, os teixeirenses decidiram extravasar nesta quinta, e transformaram a passagem da Tocha em uma micareta.
O resultado foi um verdadeiro arrastão no meio da rua. As pessoas se empurravam atrás do caminhão que comandava o comboio olímpico, o que fazia tudo realmente lembrar um Carnaval fora de época.
O ponto alto disso foi que, não só em Teixeira de Freitas como nas outras cidades que a Chama visitou nesta quinta – Itamaraju, Arraial D'Ajuda, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro -, todo mundo podia chegar bem perto do símbolo. Alguns, mais atrevidos, até tentavam tocar ou tirar selfies com a Tocha.
Coube iniciar a festa a quem nem é tão intimo do Carnaval. José Braz D'Ávila, consultor de vendas de 52 anos, foi o primeiro a conduzir a Tocha na Bahia. Morador de Vitória (ES) e natural de lá, ele conta que não tem qualquer ligação com o estado notório por suas celebrações de rua.
D'Ávila havia feito seleção para conduzir a Tocha no Espírito Santo, mas acabou remanejado para Teixeira de Feitas. "Não sabia de nada. Acabei sabendo que seria o primeiro da Bahia somente quando cheguei aqui", explicou.
Tal qual uma festa sagrada e profana, coube a uma freira encerrar o Carnaval em Teixeira de Freitas. Irmã Cristina, de 67 anos, é moradora símbolo, e dirige um colégio e uma faculdade na cidade. "Emoção enorme representar meu povo e minha congregação", disse ao receber a Tocha Olímpica.
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