No lugar do jeitão curto e grosso de Argel Fucks, demitido na segunda-feira (1º), a serenidade de Wesley Carvalho. Nem parece que o pacato baiano de Itapetinga terá pela frente dois Ba-Vis decisivos, que valem o título do Campeonato Baiano. O primeiro duelo será nesta quarta-feira (3), às 21h45, na Fonte Nova.
Funcionário do Vitória há 16 anos e integrante fixo da comissão técnica rubro-negra há dois, Wesley já atuou como interino em 2015, na vaga de Claudinei Oliveira. Na época, comandou o time em quatro rodadas da Série B: venceu três e perdeu uma.
Aos 42 anos, ele vive uma chance única, e sabe disso. “Se eu me considero pronto? Sim. Pronto entre aspas. Sou auxiliar, estou no clube há 16 anos, isso tudo dá bagagem, mas se eu achar que estou pronto, já posso parar. Qualquer profissional tem que se atualizar, o tempo inteiro. Me considero pronto para seguir como técnico profissional, e não só interino, pela experiência que vivi dentro e fora do clube. Se vai ser no Vitória, não sei”, diz, com segurança de veterano.
Seguro, ele não está temeroso da responsabilidade. Pelo contrário. Está grato por ter pela frente dois duelos tão importantes, contra o maior rival, o Bahia. “É um momento de grande emoção, um clássico, uma experiência muito boa. Tenho que agradecer ao clube por estar me dando essa oportunidade. Não acredito em crise ou momento ruim. Os grandes gestores, principalmente os de pessoas, precisam saber transformar momentos ruins em oportunidades. É com essa ideia que eu vou conversar com meus atletas. É uma oportunidade única de trazer a torcida para o nosso lado, de mexer com a emoção do torcedor. Imagine se não tivesse Ba-Vi agora? Ou um jogo tão importante quanto, para os próprios atletas darem uma resposta à torcida? Tem que aproveitar”, analisa.
Mas nem só de clima paz e amor vive Wesley. O novo treinador temporário do Leão, que também já treinou os times do sub-17 e sub-20, carrega um escudo. E não é aquele vermelho e preto, do lado esquerdo do peito. É um mecanismo de defesa: o mistério dentro das quatro linhas. Diferente de Argel Fucks, ele não pretende expor a escalação.
“Eu não gosto muito de dar a relação, não. Prefiro deixar que Guto fique imaginando se eu vou com A, B ou C. Não vou entregar o ouro. Não falo que escondo sempre, mas nesse momento que preciso corrigir as coisas, eu prefiro esconder”, admitiu o técnico, que pelo menos tranquilizou o torcedor ao garantir um time bem diferente no clássico.
“Temos que ser diferentes. Se nossa equipe não for diferente, não tem como pensar em ser campeão. Temos pouquíssimo tempo para trabalhar. O que posso prometer para o torcedor é que vamos fazer o máximo para sermos diferentes em relação ao jogo passado. Temos deficiências e vamos corrigir”, completou.
Quem joga?
Quem serão os 11 perfilados ao som do hino nacional? É um mistério. Certeza mesmo só das ausências do volante José Welison, que se recupera de cirurgia no joelho, do meia Dátolo, com lesão na panturrilha, além do atacante Kieza, que jogou no sacrifício no Ba-Vi de domingo, quando o Leão foi eliminado da Copa do Nordeste, e voltou a sentir a lesão na coxa, e do zagueiro Fred também sentiu um problema na coxa e foi vetado.
Autor de 10 gols no ano, o artilheiro André Lima tomou infiltração para acelerar a recuperação da fascite plantar e poder jogar, mesmo sem uma recuperação completa. No entanto, a entrada no time não é certa. Caso não tenha condição de jogo, Paulinho, Pineda e Rafaelson brigam pela vaga. Na zaga, sem Fred, Wesley Carvalho terá que escolher entre Alan Costa e Renê Santos para atuar com Kanu.
O meio de campo também poderá ter mudanças. Para jogar ao lado de Willian Farias, Bruno Ramires e Uillian Correia brigam por uma vaga.
Como tem vantagem por ter feito melhor campanha, o Leão joga por dois empates para erguer a taça.
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