O presidente da LaLiga, Javier Tebas pediu desculpas a Vini Jr pelas declarações que fez após o brasileiro ser vítima de racismo, mais uma vez, durante um jogo da competição.
Em entrevista à ESPN, o chefe da Liga afirmou que não teve a intenção de atacar o jogador do Real Madrid. Ele diz que acabou se "expressando mal" e "em um momento ruim".
No domingo passado (21), durante o jogo entre o Real Madrid e o Valencia, Vinicius Jr. foi alvo de novos atos racistas por parte dos torcedores espanhóis. Após o término da partida, o jogador brasileiro acusou a LaLiga de tolerar o racismo e de não tomar medidas efetivas para combater essa situação.
No mesmo dia, através das redes sociais, Javier Tebas contestou as declarações do jogador e insinuou que Vinicius Jr. estava exagerando ao acusar a liga espanhola de negligência. Além disso, ele sugeriu que o atacante estava sendo "manipulado".
Essa publicação gerou uma reação negativa nas redes sociais e recebeu várias críticas, especialmente de brasileiros e do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, que chamou Tebas de "irresponsável".
Tebas afirmou que suas palavras foram mal interpretadas e assegurou que não tinha a intenção de atacar o jogador.
"Se eu magoei alguém, se pensaram que sou racista, estão totalmente enganados. Como já disse antes, denunciamos pessoas que praticaram racismo, porque não queremos racismo no futebol. Além disso, não queremos racismo direcionado a um jogador que está se tornando e já é uma estrela mundial, como Vinicius."
Em uma entrevista ao site ge, o presidente da LaLiga reiterou seu pedido de desculpas e confirmou que há, de fato, insultos racistas dirigidos a Vinicius.
"Há insultos racistas contra Vinicius? Sem dúvida alguma. O presidente da LaLiga está ciente de todos esses insultos. Temos lidado com isso há muitos anos. E continuaremos fazendo o mesmo, em defesa de Vinicius e de todos os jogadores que estejam na Espanha, independentemente de sua raça, que enfrentarem gritos racistas. Essa sempre foi a minha conduta e continuará sendo. Se meu tweet foi interpretado erroneamente, peço desculpas, pois não era essa a minha intenção", declarou.
"Quando dizem que são casos isolados, acredito que também houve um mal entendido. Vamos esclarecer. A cada fim de semana, colocamos 500 mil pessoas nos estádios. Pode haver dois mil indivíduos 'sem cérebro' que proferem algum grito homofóbico ou racista. Em comparação, não são muitos. Mas não quero discutir se são poucos. Para nós, é a mesma coisa. Denunciamos um, dois, três ou quatro, ou até mesmo cem casos. Denunciamos e continuaremos denunciando. Sempre devemos estar vigilantes em relação a isso. É muito difícil erradicar completamente o racismo. O importante é acabar com os casos atuais e permanecermos vigilantes para que eles não ocorram novamente. Não são casos isolados", acrescentou.
Tebas também ressaltou que a competição não possui poder punitivo em relação a questões de racismo. A liga busca obter mais autonomia e, de acordo com Tebas, prometeu implementar sanções mais severas, como o fechamento de estádios e a proibição de torcedores racistas.
"É verdade que tomamos medidas. No entanto, nem sempre elas são suficientes. É por isso que estamos buscando mais competências. Estou convencido de que, se tivéssemos mais poderes, em questão de meses, poderíamos resolver esses problemas", afirmou Tebas ao ge.