Futebol é resultado. Quando tem acesso envolvido, pouco importa se faltou dinheiro ou se o mercado não estava bom. Alexandre Faria, demitido do cargo de diretor de futebol do Bahia na segunda-feira, sentiu isso na pele. Pego de surpresa, ele admitiu que não queria deixar o tricolor. “Fiquei muito triste. Não esperava isso. Sei da responsabilidade, mas não queria sair. Enfim, cabe a mim respeitar”, disse, emocionado.
A surpresa tem um motivo. Há cerca de 20 dias, Faria diz ter sido procurado pela diretoria do Bahia para renovar contrato. “Conversamos de renovação, mas os resultados dos últimos jogos (derrota para Santa Cruz e Boa, e empate contra o ABC) colocaram tudo por água abaixo. Não queria sair porque sei que uma semente foi plantada e será colhida em 2016”, lamenta.
O dirigente sabe que errou em algumas contratações mas, segundo ele, isso é fruto da falta de credibilidade do Bahia no mercado, além da folha enxuta do tricolor.
“Existiam premissas básicas impostas pelo presidente, que eram de não ultrapassar o orçamento, montar um time ofensivo e usar a base. Tudo isso foi respeitado. O Bahia não tinha crédito no mercado, o que fez com que fizéssemos mais contratações de risco. Nossa folha é de R$ 1,4 milhão, enquanto Vitória tem R$ 2,4 milhões e o Botafogo R$ 2,7 milhões”, comparou.
Erros
Alexandre Faria também abriu o jogo e admitiu lentidão nas contratações de atletas para algumas posições, como a lateral esquerda, e lamentou as perdas de Pará e Bruno Paulista, vendidos para Cruzeiro e Sporting, de Portugal, respectivamente.
“Não faltou qualidade, faltou liga. Demoramos de contratar em algumas posições e não conseguimos trazer todo mundo que queríamos. O lateral que eu queria desde o começo era Gilson (Ponte Preta), mas nem todo mundo que a gente quer, consegue trazer. Além disso, perdemos peças importantes como Bruno e Pará. Entendo a necessidade de vender, mas foram perdas”, assumiu. O Bahia busca um substituto para a direção de futebol, ainda sem previsão de ser contratado.
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