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Paulo Carneiro culpa imprensa pelo seu afastamento: ‘Tratou somente de atingir o presidente’

Carneiro está afastado do cargo desde setembro de 2021

Reprodução/Youtube
Reprodução/Youtube

O presidente afastado do Vitória, Paulo Carneiro afirmou que a mídia tem uma parcela de culpa pelo seu distanciamento do clube. Durante entrevista ao BN na Bola, programa da rádio Salvador FM, na noite desta sexta-feira (1), ele leu uma carta, explicando “o real motivo” do seu afastamento do cargo.

“Essa nuvem de conspiração que levou o Vitória a essa crise não começou de agora, vem de muitos anos. Nessa época, 2012, 2013, o conselho fiscal do Vitória ganhou uma importância […] O presidente do conselho fiscal [Jailson Reis], vira inclusive, conselheiro vitalício, quando ele é meramente um fiscalizador das contas do clube. Em nenhum clube do Brasil o presidente fiscal tem tamanha importância a ponto de vir nas rádios e dar entrevistas. No caso do Vitória, fomentou esse rapaz desconhecido do Vitória, por culpa minha virou presidente do conselho fiscal. Mas ele não foi presidente do conselho fiscal primeiro na minha gestão não. Ele foi presidente do conselho fiscal antes da minha gestão”, explicou Carneiro.

“Aí foi o caminho de entrada desse desconhecido personagem que ganhou notoriedade, não no primeiro ano da minha gestão. Ele ganhou notoriedade a partir do segundo ano, quando ele achou uma oportunidade até de virar presidente do Vitória e foi conduzido, manipulado,orientado a fomentar essa crise no vitória”, continuou.

Neste momento, Paulo Carneiro culpou a mídia baiana de contibuir para o seu afastamento. “A mídia de Salvador não deu a menor importância aos fatos que provocaram essa crise. [….] A mídia, no fundo, nunca passou para a opinião pública o que, de fato, aconteceu. A mídia tem parte de culpa sim.Na medida de que a mídia não deu a importância devida e tratou somente de atingir o presidente e preservar esse grupo que me afastou da presidência”, afirmou o presidente afastado do clube.

Neste momento, Paulo começou a leitura de uma carta, onde ele explicava o possível encaminhamento da hstória. “Tudo se iniciou com a vaidade do presidente fiscal que viu no exercício da sua função, a oportunidade para se tornar uma pessoa pública, o presidente do conselho fiscal não é uma pessoa pública, com possibilidade de se candidatar a presidente e ele continuou com esse sonho. Assim, ele começou a atuar de uma forma absolutamente pessoal, contrariamente ao estatuto do clube, personificando nele todo o conselho fiscal. Ia ao clube quase que diariamente, personificando nele todo o conselho fiscal. Nós descobrimos depois que o conselho fiscal não sabia de nada dessa situação dele, tanto que todos renunciaram, se eu estou lembrado e ele ficou sozinho. Porque ele ficou sozinho? Porque realmente ele tinha razão e os outros não tinham?

Neste momento, o jornalista Glauber Guerra questinou: “Mas você também ficou sozinho”. “Eu não fiquei sozinho”, rebateu Paulo Carneiro.

“Ficou. Tanto que está aí isolado politicamente dentro do clube”, continuou Glauber.

Paulo se irritou. “Eu não. Eu tô afastado, não estou isolado. Quando eu saí, eu saí com o meu conselho todo comigo. Você está misturando as coisas, se você está vindo para essa coisa para me provocar eu peço a você que não me provoque”. 

Em seguida, ele voltou à leitura da sua carta. “Ia no clube quase que diariamente, exigindo reunião com os funcionários encaminhando infinitos  emails ao presidente – a mim. Ele mandava pra mim uma média de seis e-mails por dia -, solicitando documentos e informações. Era uma pasta, ele pedia a mesma coisa às vezes. O negócio era tumultuar a gestão do Vitória de forma provocativa e deliberada.

A gente percebia a intenção política de me desestabilizar. Depois se percebeu que ele não queria fiscalizar nada, até porque revelou não ter mínimas condições técnicas para analisar as contas do clube. Ele só queria um fato. Com a desorganização das suas solicitações, ele passou a externar a existência de dificuldades no acesso a documentos e informações do  clube e foi até a imprensa dizer isso. E o conselho deliberativo à vista das denúncias formalizadas contra o presidente do conselho fiscal, jamais se posicionou, mesmo que em gestão anterior já havia um fato desse. E assim, em reunião do conselho deliberativo fora requerido a constituição de uma comissão para apurar as tais dificuldades relatada exclusivamente pelo presidente fiscal – os membros não tinham consciência disso”, disse Paulo Carneiro.

Ele culpou ainda o presidente interino do Vitória. “Ele [Jailson] começou a desobedecer o estatuto. Ele não podia ir à imprensa tratar de assuntos da sua competência. O estatuto não permite. E ele foi denunciado por um conselheiro e até hoje o presidente Fábio Mota não tomou conhecimento dessa denúncia, está na gavetinha”, afirmou.

A entrevista completa você confere abaixo: