Esportes

Martine e Kahena ganham ouro na vela para o Brasil

Dupla brasileira garante medalha em chegada espetacular na Baía de Guanabara

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O último dia da vela reservou a medalha de ouro para o Brasil. Martine Grael e Kahena Kunze terminaram a regata das medalhas em primeiro lugar e garantiram o lugar mais alto do pódio na classe 49erFX. A chegada foi espetacular. As brasileiras tinham que terminar na frente das duplas da Nova Zelândia, da Espanha e da Dinamarca para ocupar o lugar mais alto do pódio. Os metros finais da regata foram disputados com as neozelandesas, que cruzaram em segundo, muito perto do barco de Martine e Kahena.

As brasileiras chegaram à regata final em segundo lugar na classificação geral, com os mesmos 46 pontos das duplas da Espanha, em primeiro, e da Dinamarca, em terceiro. Logo atrás, em quarto, estava o conjunto da Nova Zelândia, com 47. Como na vela vence quem tiver menos pontos, a equipe que chegasse na frente na prova decisiva seria a campeã.

COMO FOI A CAMPANHA ATÉ A MEDALHA

Martine e Kahena começaram a campanha olímpica na última sexta-feira com um nono lugar na primeira regata, um resultado que não as deixou satisfeita. Mas a vitória na segunda regata, conquistada logo depois, no mesmo dia, fez a dupla relativizar o início.

– Aconteceram alguns errinhos, mas isso é normal. Eu estou confiante. A gente velejou bem hoje – disse Kahena Kunze no fim do dia.

A primeira vitória deu uma mostra que como as atletas acreditam no próprio desempenho. Nesta regata, as brasileiras optaram por largar no lado esquerdo da linha, o mais próximo possível do barco da comissão de prova, enquanto todas as adversárias se concentravam no lado direito. A partida se deu contra um vento sudoeste, de 12 nós (22km/h). Elas seguiram na diagonal, em direção à direita, passando na frente dos outros barcos da flotilha. Logo na primeira perna, abriram 40 metros de vantagem.

No dia seguinte, começaram o dia com nova vitória. Embora tenham optado por uma largada conservadora, no meio da linha entre os barcos da comissão de regata, elas se mostraram velozes com o vento à favor. Os resultados do dia, no entanto, foram irregulares. Na regata seguinte – a quarta do programa -, elas terminaram na décima posição. Recuperaram nas duas provas seguintes: sexto e segundo lugares. Terminaram o dia na segunda colocação geral.

Faltavam, ainda, dois dias de regatas na fase classificatória. Na segunda-feira, elas chegar a ocupar a liderança da flotilha, ao terminar duas provas na terceira posição. Na última regata do dia, no entanto, as brasileiras foram atrapalhadas pela dupla da França e cruzou a última boia em 11º, o pior resultado delas na Olimpíada, que foi descartado como prevê o regulamento. Martine e Kahena caíram para terceiro do quadro geral.

– Fizemos duas regatas boas e uma nem tão boa assim. Tivemos um pouco de dificuldade, cometemos alguns erros, mas no geral… ainda tem mais um dia. A troca de liderança nesta Olimpíada tem mostrado que a nossa competição está bem competitiva. E eu espero que nos próximos dias troque de novo – explicou Martine na ocasião.

O último dia da fase classificatória levou as brasileiras para a segunda posição. Elas terminaram duas regatas em segundo lugar e uma em sétimo. Somaram, ao todo os 46 pontos perdidos – um empate técnico com as espanholas, dinamarquesas e neozelandesas.

Reprodução/O Globo