O centro de treinamento Ninho do Urubu, do Flamengo, onde um incêndio atingiu o alojamento dos jogadores e deixou 10 mortos, recebeu cerca de R$ 10,37 milhões ( em valores corrigidos pela inflação) de programas de renúncia fiscal do Governo do Rio de Janeiro.
Em 2013, o Flamengo foi autorizado pelo governo estadual a captar R$ 12.554.805.03 (R$ 17,28 milhões, em valores corrigidos) pela lei do incentivo ao esporte estadual. Naquele ano, arrecadou R$ 2,5 milhões (R$ 3,9 milhões, em valores corrigidos).
Já em 2014, obteve R$ 4,5 milhões (R$ 6,5 milhões, em valores corrigidos). Os contribuintes foram a cervejaria Ambev e a Lafarge, empresa de materiais de construção.
Em programas de incentivo fiscal os governos autorizam as empresas a abaterem uma porcentagem do imposto devido, desde que o dinheiro seja destinado a programas previamente aprovados pelo poder público.
A obrigação do clube, ao receber as doações, é prestar contas da utilização do dinheiro. A diretoria deve apresentar notas fiscais dos serviços contratados ou materiais comprados aos órgãos públicos que concederam a autorização para captar o dinheiro. No caso, a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio.
Em 2006, o clube também foi autorizado pelo governo federal, em 2006, a buscar o total de R$ 3.072.740,89 (R$ 6,39 milhões, em valores corrigidos) no projeto “Futebol Rubro Negro”, usando a lei de incentivo ao esporte.
De acordo com a descrição enviada ao extinto Ministério do Esporte, o propósito do projeto era a “promoção do desenvolvimento esportivo dos atletas não profissionais das equipes de futebol de base, passando inicialmente pelo futsal através da oferta de condições de treinamento adequadas à formação esportiva.”
A única contribuição registrada na prestação de contas foi feita pela Avon, empresa de cosméticos, que deu R$ 250 mil. O Flamengo não confirmou se esse investimento foi feito no CT do clube.
A única contribuição registrada na prestação de contas foi feita pela Avon, empresa de cosméticos, que deu R$ 250 mil. O Flamengo não confirmou se esse investimento foi feito no CT do clube.
Outros clubes brasileiros utilizaram a lei do incentivo ao esporte. O São Paulo, por exemplo, captou cerca de R$ 14 milhões (R$ 17,2 milhões atualizados) para construir seu CT em Cotia, além de R$ 7,6 milhões (R$ 11,7 milhões atualizados) para a manutenção do local entre 2008 e 2011. Em 2015, o Corinthians fez a captação de R$ 3 milhões (R$ 3,8 milhões atualizados) para a construção do seu CT.
No caso do Flamengo, o dinheiro de isenção fiscal fez o clube conseguir avançar no projeto de colocar de pé o centro de treinamento.
Folhaa// Figueiredo