“Clube da Fé”. Poucas vezes na história o São Paulo precisou tanto da veracidade de seu velho apelido como na noite desta quarta-feira. A missão: derrotar um time que não perde em casa por dois gols de diferença há mais de um ano, e, com essa vantagem, garantir vaga na final da Libertadores. Às 19h45 de Medellín (21h45 no horário brasileiro), Atlético Nacional e São Paulo entrarão no campo do estádio Atanasio Girardot, lotado por 40 mil entusiasmados colombianos.
A vantagem verdolarga é considerável: por ter vencido no estádio do Morumbi por 2 a 0, a equipe comandada pelo técnico Reinaldo Rueda poderá perder por um gol de diferença. Ao São Paulo, restam duas alternativas: ganhar por dois gols, com placar igual ou superior a 3 a 1 ou então repetir o resultado da primeira partida e levar a decisão para os pênaltis.
Quer mais dificuldade? Em 22 partidas como visitante nesta temporada, a equipe só venceu três vezes, e todas por 1 a 0. Vale lembrar que quem avançar na competição sul-americana, pegará Boca Juniors ou Independiente del Valle, que se enfrentarão na Argentina nesta quinta-feira.
Esquema mantido e aposta em Centurión
Para o confronto diante dos colombianos, o técnico Edgardo Bauza, que novamente não tem os machucados Ganso e Kelvin, aposta suas fichas num novo posicionamento do argentino Centurión. Em vez de jogar aberto pelas pontas, como de costume, ele jogará centralizado, na vaga do camisa 10. Na cabeça do Patón, isso dará mais rapidez ao meio-campo. Ele acha que faltou agressividade na partida realizada no Morumbi, o que facilitou as coisas para o adversário.
Centurión retorna ao time após cumprir suspensão de três jogos na competição por ter sido expulso contra o Toluca, no dia 4 de maio. A esperança é que o atleta, marcado pela irregularidade desde que foi contratado, possa se encontrar na partida mais importante do ano e ajudar o time a avançar no torneio. O gringo também terá liberdade para se revezar com Wesley, que ora atuará na ponta direita ora centralizado.
Além de Centurión, outra novidade estará na zaga, onde Lugano ficará com a vaga de Maicon, que está suspenso pela expulsão no primeiro jogo. O uruguaio formará dupla de zaga com Rodrigo Caio. No mais, o time terá a base que atuou na última partida, no esquema 4-2-3-1.
Marcação pressão e armas para o segundo tempo
Em relação ao jogo do Morumbi, uma provável diferença será a marcação na saída de bola do Atlético Nacional. Na capital paulista, a equipe deixou os colombianos tocarem a bola à vontade desde o goleiro Armani até o meio-campo. Isso não acontecerá no Atanasio Girardot.
A meta é diminuir a posse de bola do rival. Isso foi testado nos dois treinos realizados em solo colombiano.
Precisando do resultado para alcançar a classificação, o treinador vai guardar dois atacantes para o segundo tempo e os usará de acordo com a partida. O primeiro é Alan Kardec, que tem grande chance de formar uma dupla de ataque com Calleri.
O segundo é o garoto Luiz Araújo, cria das categorias de base, e que pode entrar para dar mais velocidade para o time. A meta de Patón será tentar marcar um gol no primeiro tempo para pressionar os colombianos e partir para o tudo ou nada na etapa complementar.
Reprodução/Globo Esporte