A noite desta segunda-feira (08) no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos teve histórias de frustrações, menção à falta de heróis, recordes olímpicos e debate sobre esporte limpo, em que atletas dos Estados Unidos e da Rússia se posicionaram de maneira firme.
As frustrações foram a realidade dos brasileiros. Leonardo de Deus (1m56s77) e Kaio Márcio (1m57s45) ficaram de fora da prova dos 200m borboleta ao terminar, respectivamente, em 13º e 14º lugares nas semifinais. Leo, que já havia comentado o desempenho abaixo do esperado da natação brasileira nos primeiros dias, saiu abatido após mais uma ausência brasileira em decisão.
"A gente teve tudo, apoio, viagens, competições, melhores hotéis, as melhores piscinas e a gente não está conseguindo. A torcida está empurrando e os atletas estão aquém do que os brasileiros esperavam. Desde abril, a saída do Cesão (Cesar Cielo, que ficou fora do Rio 2016), agora a gente aqui sem fazer bonito. O Brasil está precisando de heróis na natação”, afirmou o nadador.
A gente teve tudo: apoio, viagens, competições, melhores hotéis, as melhores piscinas e a gente não está conseguindo. A torcida está empurrando e os atletas estão aquém do que os brasileiros esperavam
Leonardo de Deus
Falando em heróis, uma grande referência da natação norte-americana e mundial também era o sinônimo da frustração nesta noite. Dona de cinco medalhas olímpicas, sendo quatro de ouro, Missy Franklin ficou de fora da final dos 200m livre, ao fazer o 13º tempo nas semifinais (1m57s56). Missy chorou bastante após a prova e disse não entender a má fase que enfrenta.
“Eu dei tudo e não foi suficiente. Venho me perguntando o que está acontecendo este ano, mas não sei. E entendimento não necessariamente traz paz. Tenho que continuar lutando e acreditando”, disse.
Ela nadou na mesma semifinal que Manuella Lyrio. A brasileira bateu o recorde sul-americano na eliminatória, com 1m57s28 , mas fez o 12º tempo (1m57s43) nas semifinais, também ficando de fora da final. Manuella, entretanto, foi melhor que Missy Franklin.
Murphy conquistou o ouro e o recorde olímpico nos 100m costas, com 51s97. Foto: Getty Images
“Ela é uma referência grande, é legal estar ganhando de uma pessoa assim que é tão boa, mas eu queria ter ficado na frente dela com um tempo melhor”, disse.
Recordes Olímpicos
Quem não tem o que reclamar de performance é o norte-americano Ryan Murphy. Ele venceu a prova dos 100m costas com 51s97, novo recorde olímpico. A prata ficou com o chinês Xu Jiayu (52s31) e o bronze também foi para os Estados Unidos, com os 52s40 de David Plummer.
“A adrenalina está forte ainda, não consigo nem me sentir cansado porque estou bem empolgado. Isso significa tudo para mim. Venho nadando há 16 anos para isso, é um sonho se tornando realidade”, afirmou Murphy.
O outro recorde olímpico da noite foi quebrado pela também norte-americana Lilly King com o tempo de 1m04s93 na prova dos 100m peito. Em terceiro, também deu Estados Unidos com Katie Meili (1m05s69). Entre as duas, estava a Rússia, com Yulia Efimova (1m05s50).
“Esta noite está sendo uma loucura. Minha vida está mudando exatamente agora. Sou uma medalhista de ouro e isso é o que eu sempre quis”, disse Lilly King.
Na entrevista coletiva da prova, o pódio foi o assunto menos comentado. Estavam na mesa as três medalhistas e o que dominou as perguntas e respostas foi o debate mais atual: esporte limpo e doping.