Após o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no dia 6 de junho, a entidade contratou uma empresa especializada em segurança. O objetivo é fazer uma varredura na sede da CBF, no bairro carioca da Barra da Tijuca, para identificar escutas ilegais e câmeras escondidas.
De acordo com o GE, foram encontradas escutas no piso de uma sala ocupada por vice-presidentes, nas salas de três diretores e em uma sala de reuniões da presidência. Outros ambientes, como o escritório do técnico da seleção brasileira, Tite, também foram examinados pela empresa. O trabalho ainda não foi concluído.
A contratação da empresa foi aprovada na semana passada, pelo presidente interino da CBF, Antonio Carlos Nunes, a pedido de diretores e vice-presidentes. Os dirigentes decidiram tomar a atitude, após a reportagem da ESPN revelar gravações do ano de 2018 nas quais Rogério Caboclo é ouvido ofendendo funcionários como "esses filhos da p…".
No mesmo ano, Caboclo foi gravado conversando com Edu Gaspar, na época coordenador de seleções, sobre o futuro da comissão técnica de Tite. Nas gravações, Caboclo aparece prestando obediência a Marco Polo Del Nero, que na época já havia sido banido pela Fifa de todas as atividades relacionadas ao futebol. Em determinado momento, Caboclo afirma que "não toma decisões sozinho" e cita Del Nero.
Um outro motivo para a contratação da empresa de segurança foi o fato de alguns funcionários da CBF terem ouvido nos últimos meses do próprio Rogério Caboclo que ele "sabia o que eles andavam conversando".
Depois dos últimos acontecimentos, os diretores da CBF ficaram desconfortáveis com a situação. Vários deles preferem tratar assuntos delicados fora de suas salas.