O cantor Arlindinho, filho do também músico Arlindo Cruz, foi o convidado do Samba Salvador, da Salvador FM, neste domingo (8), comemorativo do Dia dos Pais. No papo com o apresentador Jota Zô, o artista comentou sua relação com o pai, como foi o início da carreira e como lidou com as comparações.
“Meu pai é um cara muito generoso, muito do bem. O máximo que ele pode me dar hoje, é um abraço, um aperto de mão, mas ele me dá. E é isso que eu tenho de aprendizado. Eu quero ser para os meus filhos, o pai que meu pai foi, dar o máximo, que se entrega, que sonha junto com seus filhos, que sonha o sonho dos seus filhos, seja ele qual for”, comentou Arlindinho sobre o momento delicado que vive com seu pai que sofreu um Acidente Vascular Cerebral há 4 anos e luta até hoje com as sequelas.
Sobre o início da carreira, o sambista fala que viveu com referências em sua casa e isso o influenciou a começar na carreira musical. “Eu nasci no berço do samba, vendo os sambistas em casa. Meu pai demorou um pouco para ter o reconhecimento nacional, mas quando eu vi meu pai em um palco grande, gritando e chorando, eu pensei ‘é isso que eu quero para a minha vida’. Emocionar as pessoas e ser amado, é isso que eu acho que todo artista procura, ou pelo menos deveria procurar. O sucesso é consequência de um trabalho, mas o importante é você ser amado. Entrei no samba para realizar alguns sonhos. Então desde menino eu escolhi viver como músico profissional e foram abrindo portas, um passinho de cada vez. Mas é muito difícil, a comparação é muito cruel, mas a gente tem conseguido sucesso, porque a gente tá realizado", explicou.
O cantor lembrou também da primeira composição, “Bom aprendiz”, que foi em parceria com o pai, e que até hoje faz sucesso nas rodas de samba, pois segundo Arlindinho, o povo brasileiro se identifica. “A primeira música que fiz foi com meu pai. Que foi ‘Bom aprendiz’, é um sucesso nas rodas de samba e sempre que cantamos no show, as pessoas se identificam, tem muito a ver com o brasileiro. Depois de tudo que vivemos com a pandemia, ela se tornou ainda mais atual. A partir deste samba foi que eu vi que meu pai gostou da parte que fiz, que antes desse tinha escrito outros e ele não gostava, até que chegou essa parte e ele curtiu, e viramos parceiros, depois disso a gente nunca mais se largou como amigos e compositores”.
Arlindinho também é pai da primogênita Maria Helena e de Antônio, que recebeu uma música como homenagem, considerada pelo artista como a coisa mais valiosa que ele poderia deixar para o filho. “A canção ‘Filho Meu’, veio quando minha ex-esposa, mãe do meu filho Antônio, me procurou para contar que estava grávida, e surgiram preocupações, pois eu tinha tido a minha primeira filha, Maria Helena, muito novo, eu era mais destemido talvez, eu não entendia muito bem, ainda muito dono de si. Já com o Antônio era mais responsável, e fiz o samba pois é a coisa mais valiosa que posso deixar para ele”, finalizou.