O ano ainda não acabou, mas 2016 pode ser lembrado pela quantidade de casos de racismo que tomou conta dos noticiários e das ‘timelines” nas redes sociais. Famosas como Taís Araújo, Preta Gil, Ludmilla, Cris Vianna, Sheron Menezes, Maria Júlia Coutinho, a Maju, e até mesmo Titi, a criança africana adotada pelo ator Bruno Gagliasso, foram atacadas pelo mesmo motivo: são negras, o que demonstra que o sucesso não blinda ninguém de ser vítima de racismo.
No caso de ‘pessoas comuns’, o que fazer? Será que a situação é a mesma? Em maio deste ano, a antropóloga Naira Gomes, 32, foi discriminada durante uma discussão no mundo virtual. Entre as ofensas que recebeu, um ‘ditado’ antigo: “Preto quando não caga na entrada, caga na saída”.
“Quando eu passei por um episódio de racismo virtual, o que mais me machucou foi o ‘não direito’ de sofrer pela ofensa à minha dignidade, de sofrer pelo entendimento que racismo é um instrumento que exclui não só a mim, mas a um povo”, conta.
De acordo com a cientista social Ângela Guimarães, é preciso compreender que o racismo é um fenômeno real e, portanto, faz parte do cotidiano. Desta forma, se expressa em manifestações diárias e que, para muita gente, podem passar despercebidas.
“As manifestações diárias (de casos de discriminação) nos permite afirmar que, muitos de nós, somos sim racistas”, afirma.
Para a cientista social, a explosão das redes sociais traz a possibilidade de expressar desejos e opiniões sem ser identificado – daí a explosão de casos de racismo na internet.
( A Tarde) (AF