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Margareth Menezes diz por que não teve a mesma projeção de Daniela e Ivete: "racismo estrutural"

Em entrevista ao jornal 'O Globo', a cantora falou um pouco sobre seus 35 anos de carreira

Reprodução/Gshow
Reprodução/Gshow

Margareth Menezes fez um desabafo sobre o racismo estrutural na música. Em entrevista ao jornal 'O Globo', a cantora falou um pouco sobre seus 35 anos de carreira. Um dos temas discutidos foi porque outras cantoras de axé, como Daniela Mercury e Ivete Sangalo, tiveram mais projeção que Margareth, que veio antes. 

"São histórias de patamares diferentes e existem aí várias coisas dentro do mesmo pacote. Tem a questão racial, o racismo estrutural da nossa sociedade. A isso, soma-se a estética, o padrão da televisão. Nós, mulheres artistas negras, não tínhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites", conta.

Ela também destacou que tanto Daniela quanto Ivete participaram de blocos que tinham grandes estruturas. "Outro diferencial é que Daniela e Ivete, mulheres fantásticas e grandes talentos com contribuições enormes na cultura, tiveram a oportunidade de participar de blocos com estrutura, já com a logística arrumada, patrocinadores. Não tinham as mesmas preocupações que eu, que venho da música e de trio independente", acrescentou. 

Ao longo da entrevista, Margareth fez questão de afastar qualquer tipo de rivalidade entre as cantoras e exaltou o trabalho de ambas.

"Outro diferencial é que Daniela e Ivete, mulheres fantásticas e grandes talentos com contribuições enormes na cultura, tiveram a oportunidade de participar de blocos com estrutura, já com a logística arrumada, patrocinadores. Não tinham as mesmas preocupações que eu, que venho da música e de trio independente (…) Mas consigo entender cada coisa em seu lugar sem ferir a minha relação com elas, por quem tenho muito respeito".