Entretenimento

Instituto abre investigação sobre caso de inscrição do ex-BBB Matteus vaga destinada à cota racial

O ex-BBB cursou cinco meses no curso de Agronomia

Reprodução Redes sociais
Reprodução Redes sociais

O Instituto Federal Farroupilha (IFFar), no qual o ex-BBB Matteus Vargas se inscreveu em vaga destinada para candidatos pretos/pardos, abriu investigação interna sobre o caso. Em nota divulgada neste final de semana, a instituição explicou como acontecia o processo de verificação nestes casos e afirmou que o processo de apuração tem o objetivo de "identificar as situações que envolvem a participação dele" no edital.

O ex-BBB ingressou no curso de Engenharia Agrícola, oferecido pelo IFFar e Unipampa em parceria, no edital nº 046/2014. O IFFar declarou que o curso foi extinto e Matteus não é mais aluno da instituição. Ele participou de edital de Reingresso, Transferência Interna e Externa, e Portador de Diploma em 2018, para voltar à instituição. "Nos editais que preveem o reingresso de estudantes no IFFar, o estudante precisa atender os requisitos do certame, não havendo reserva de vagas para ações afirmativas nesta modalidade", explica a nota. O instituto afirma que embora tenha participado do edital, não houve a concretização do novo vínculo com Matteus através de matrícula ativa

O IFFar explica que na época em que Matteus ingressou no curso, a apuração de fraudes era feita por meio de denúncias recebidas nos canais institucionais. "Nesses casos, a questão sempre é tratada por meio de processo administrativo que garante ampla defesa de todas as partes, conforme Resolução Consup nº 052, de 25 de agosto de 2020", reforça o instituto, ao apontar que nenhuma denúncia sobre Matteus havia sido recebida.

A instituição afirma que entre 2020 e 2022 foram recebidas 35 denúncias de suspeitas de fraude na autodeclaração de candidatos e todos os casos foram apurados. Entre eles, 21 autodeclarações foram indeferidas "acarretando as sanções legais cabíveis aos inscritos". O IFFar ainda alerta que outros casos futuros da mesma natureza receberão o mesmo tratamento que a situação do ex-BBB.

O IFFar comunicou, também, que um dos mecanismos usados atualmente para verificar a autodeclaração dos candidatos é a heteroidentificação. O procedimento, adotado pela instituição de 2022, consiste em uma comissão encarregada de avaliar o candidato.

"É composta por cinco membros com conhecimento da temática (três titulares e dois suplentes), que atuam nos processos de seleção dos estudantes em todos os níveis e modalidades. Além disso, atualmente todas as unidades do IFFar contam com uma Coordenação de Ações Afirmativas (CAA) e com um Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI), que têm como objetivo estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações instucionais de promoção da inclusão de estudantes e servidores, pautadas na construção da cidadania por meio da valorização da identidade étnico-racial, principalmente de pessoas negras e indígenas, bem como de demarcar uma postura institucional de prevenção e combate à discriminação e ao racismo, explica o IFFar.