A batalha judicial envolvendo o pai da Bossa Nova, João Gilberto (1931-2019), e a gravadora EMI-Odeon (pertencente ao grupo Universal Music), finalmente teve um fim. A briga foi inciado pelo cantor há 27 anos, e seus herdeiros tiveram uma resposta nesta terça-feira (17).
O desembargador Adolpho Mello Júnior, da 14ª Câmara de Direito Privado do Rio, homologou o valor do último laudo pericial, produzido em janeiro passado, que recalculou o montante da dívida da gravadora com o artista. Desta forma, a empresa terá que indenizar o espólio do músico em R$150 milhões.
A briga judicial foi iniciada quando a gravadora optou por relançar os primeiros discos que marcaram o início da Bossa Nova. No entanto, o projeto não foi aprovado por João Gilberto, que não concordava com a remasterização dos clássicos e acusava a gravadora de ter adulterado suas canções originais.
Devido a batalha judicial, ele deixou de receber os direitos autorais sobre essa obra nesse período. Desde então, outros três laudos periciais estimando o valor da dívida da EMI com o artista foram realizados. No último, realizado em 2019, o cálculo foi de R$13 milhões.
Com a sentença, o valor deverá ser pago ao inventário de João Gilberto, que tem como beneficiários seus três filhos:João Marcelo, Bebel Gilberto e Luísa Carolina. Além deles, Maria do Céu Harris, que reivindica judicialmente o reconhecimento de uma união estável com o músico, também pode ser beneficiada. Além disso, o Banco Opportunity também receberá uma fatia, devido a um contrato assinado pelo artista em 2013.