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Filme brasileiro que aborda transfobia compete no Festival de San Sebastián

Longa ‘Madalena’ conta a história do desaparecimento de uma mulher trans e mostra a normalidade como as pessoas conhecidas levam a situação

Reprodução / YouTube
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O longa ‘Madalena’ de Madiano Marcheti está competindo pelo prêmio de melhor produção na seção ‘Horizontes’ de cinema latino-americana, no . O roteiro aborda o desaparecimento de uma transexual em uma região conservadora do país. A cerimônia de premiação é no sábado (25).

Na história é possível notar as reações da população, que vão desde a indiferença até a presunção de morte, já que segundo o diretor, as pessoas tendem a tratar com naturalidade a morte de pessoas transexuais.

"Infelizmente, a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos e, para essas pessoas, acaba sendo uma hipótese natural: se desaparecem é porque podem ter sido assassinadas", enfatiza Marcheti em entrevista à agência France Presse.

O roteiro é baseado nas experiências do diretor, que é gay e cresceu em região conservadora. "Foi difícil, me sentia parte e, ao mesmo tempo, não me sentia parte desse lugar, então quis falar dessa sensação", relatou.

Apesar da produção já ter cinco anos, Madiano Marcheti afirma que hoje em dia o enredo faz mais sentido com a presidência de Jair Bolsonaro. "O nível de violência aumentou, não só a violência concretamente física, mas a violência verbal. Agora no Brasil estão normalizados os ataques verbais e as ofensas, o discurso de ódio", lamenta o diretor.

O longa ‘Madalena’ compete com outras nove produções ou co-produções da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá e Uruguai.