O espetáculo “5 segundos” retoma as apresentações presenciais a partir do dia 1º de abril de 2022 na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, justamente em um momento marcado pelo debate sobre o Nazismo, as marcas deixadas na sociedade por esse tipo de fascismo e ressaltando como uma ideologia de extremos pode ser danosa quando adotada como regime político de uma nação.
A peça fica em cartaz nos dias 1º, 2 (às 20h) e 3 (às 19h), com preços populares: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do TCA e no site sympla.com.br
Autor do texto e um dos diretores do espetáculo, o professor Ricardo Carvalho defende os papéis da Educação e da Arte como “cruciais para impedir as tentativas sutis e até escancaradas de se utilizar de princípios democráticos para abrir espaço para o discurso nazista”.
“Não podemos normatizar ainda mais o bizarro, contemporizar com a mais abominável versão da intolerância humana. O Nazismo tem de morrer de vez!” , afirmou o historiador e artista.
Segundo Ricardo Carvalho, “não há liberdade de expressão para defender esta ideologia; se é que a anti-humanidade pode ser chamada de ideologia, que criou as câmaras de gás, que desenvolveu a indústria da morte, que incinerou seis milhões de irmãos nossos, judeus, testemunhas de Jeová, poloneses, negros, deficientes, intelectuais e homossexuais, todos que não se encaixassem na inconcebível versão do Nazismo”.
Em 2022, “5 segundos” assume o compromisso de utilizar linguagem acessível para abordar o assunto com a seriedade que ele merece e amplia sua atuação compondo o projeto “Educação EnCena”, com patrocínio da Bahiagás, Secretaria de Infraestrutura e do Governo da Bahia. O projeto também é um dos 36 aprovados na seleção da "Convocatória para Ocupação de Pauta da Sala do Coro do TCA – 1º Semestre de 2022".
Nos últimos dois anos, “5 segundos” inovou para driblar os desafios impostos pela Pandemia da Covid-19, respeitando todos os protocolos de saúde. Somado ao público de 2019 e 2020, o espetáculo já foi assistido por mais de três mil pessoas, em Salvador e na região Metropolitana.
Em 2021, as apresentações foram realizadas por meio de uma plataforma digital, seguida de um debate a respeito do tema.
Um ano antes, “5 segundos” entrou para a história como a primeira peça teatral adulta realizada em um drive in, durante a Pandemia. O evento reuniu um público de mais de 600 pessoas, a bordo de 350 carros presentes em duas edições no estacionamento do BIG Bompreço Drive In Salvador, localizado no estacionamento do Centro de Convenções da capital baiana.
O Espetáculo – O enredo de “5 segundos” é inspirado em fatos reais e se passa nos anos finais da Grande Guerra. Em território italiano, Rui, praça da FEB (Força Expedicionária Brasileira), se depara com um soldado alemão em pleno “teatro da guerra”.
Esgotados, nem ele, nem mesmo o soldado nazista dispõem de armas de fogo ou munição, mas carregam consigo o compromisso com ideais que, aos poucos, foram derramados com o sangue inimigo.
Era o fim para um dos dois, ou para os dois, mas aqueles “5 segundos”, entre o olhar de fúria e o corpo tombado sob o golpe inimigo, se transformariam em uma retomada de uma vida inteira que aproxima os personagens e coloca em xeque os valores humanos, as expectativas sobre a vida, a morte, os amores, a política, as verdades e mentiras sobre a guerra.
A trama discute o choque de princípios frente os desafios da vida e do viver ou morrer; do cumprimento de uma ordem à necessidade de sobrevivência; do real sentido de se utilizar da força física para fazer valer o argumento; do infindável debate sobre a dignidade da vida humana!
São apenas “5 segundos” e uma sentença de morte! Quem sucumbe? Rui, Albert ou ambos? Vale a pena conhecer essa história cheia de surpresas, reflexões e uma sensível atuação de Felipe Velozo (filme “Marighella”, 2019; “Barrela”, 2017; série “Os Irmãos Freitas”, 2019/2022, e “Família Paraíso”, 2022); Igor Epifânio (premiado duas vezes na categoria melhor ator no prêmio Braskem de teatro, 2013 com “Entre Nós” e 2017 com “Egotrip”) Marília Carvalho (“Ativistas da Paz”, 2015), que também assina a produção do espetáculo. O texto é do Professor, Historiador e Dramaturgo Ricardo Carvalho.
O desafio de dilatar o tempo, transformar uma cena de “5 segundos” em um espetáculo de 50 minutos, que pôde ir além da representação de quase seis anos de batalhas e mais de 70 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, reuniu, mais uma vez, os diretores Ricardo Carvalho e Alan Miranda (SMS – Saga da Memória Soteropolitana, 2012). Daniel Arcades (Prêmio Braskem 2016 com o texto de “Rebola”) também assina a direção do espetáculo. Daniel e Alan reeditam a parceria de sucesso no texto de “De um tudo”, 2017.