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De Salvador para o mundo: Jhordan Matheus volta para a capital baiana com o espetáculo ‘Textani’

Nos dias 25, 26 e 27 de novembro, o baiano de apresenta no Teatro Jorge Amado

Marina Araújo / LDNotícias
Marina Araújo / LDNotícias

Criado no Engenho Velho de Brotas, o comediante Jhordan Matheus precisou ir para São Paulo para conquistar o seu espaço. Hoje, com o espetáculo ‘Textani’, ele volta para a capital baiana para se apresentar no Teatro Jorge Amado. Em entrevista ao LDNotícias, Jhordan contou sobre o show, que acontecerá nos próximos dias 27, 28 e 29 e já tem seus ingressos praticamente esgotados.

“Estou doido pra fazer show aqui em Salvador, voltar pra casa, quero sentir de dentro real. Eu volto no melhor momento da minha carreira até aqui, fazendo oito sessões em um dos teatros mais tradicionais da cidade, com certeza lotando de preto aquela p*rra, de favelado que nunca foi no teatro, que vai a primeira vez. Eu não posso falar muito porque senão eu vou chorar”, se emociona o artista.

No espetáculo, Jhordan fala sobre assuntos presentes na sua vivência, como a construção da sua carreira, seu crescimento pessoal e profissional, seu início no stand-up, a experiência como pai e a relação com sua ex-mulher. Os ingressos podem ser adquiridos através do Sympla.

Jhordan começou sua carreira em 2014, quando postou um vídeo falando sobre a Copa das Confederações que viralizou. “Eu criei esse vídeo com o intuito de que as pessoas vissem mais de mim, uma coisa que faça você da sua casa pensar ‘eu acho que eu vou assistir Jhordan, vou lá dar moral a esse cara, ele tá fazendo um bom trampo’”, relembrou.

Porém, o seu objetivo mesmo era alcançar a galera nos palcos. “Quando começou a acontecer, eu parei de fazer vlog, porque eu não sei fazer essa p*rra. Eu gosto de ouvir as pessoas rindo, ouvir aquela reação imediata. Quando eu comecei a fazer stand-up foi uma parada que eu gostei de cara. No primeiro show eu falei ‘caralh*, eu acho que estou em um lugar que eu me encontrei’”, revelou o comediante.

Sobre o seu processo criativo ele capta o que está acontecendo a sua volta e leva para os palcos.  “Quando a ideia vem, eu gosto de escrever ela, e quando eu escrevo, eu gosto de ir para o palco testar ela. Eu vou trabalhando a piada, melhorando ela, olhando os pontos, onde posso melhorar para fazer rir pra c*aralh*, porque a intenção é essa, fazer rir até o final”, contou.

Jhordan relembra ainda que fazia show para público de 9 pessoas no início da sua carreira e, após 4 anos buscando seu espaço em Salvador, ele decidiu ir para a capital paulista, em busca de oportunidade. “Eu via as coisas acontecendo e pensando que em algum momento, eu tinha que mudar a parada. Tomei a decisão de ir pra São Paulo, mudar completamente, sair da minha zona de conforto, porque eu estava em minha casa, com um filho pequeno e com 21 anos”.

No momento em que finalmente estava conseguindo mostrar o seu trabalho, conquistar o público e montar o seu escritório, a pandemia começou. “Foram meses difíceis porque eu sabia que eu estava na boca do gol e a bola furou na minha hora”.

Após 8 meses parado, ele lançou o vídeo ‘Rita’ e alcançou 400 mil seguidores no Youtube e 250 mil no Instagram, a partir daí Jhordan viu a sua carreira decolar. “Eu fiquei na minha casa, concentrado na minha ideia e falando ‘quando essa p*rra acabar, eu vou sair daqui de dentro e eu vou tomar tudo o que é meu, com certeza. E na primeira oportunidade que eu tive de gravar o vídeo, eu gravei e aí foi o bagulho que virou a minha carreira, tá ligado? Virou tudo”.

Hoje, ele comemora poder voltar para Salvador, mas lamenta falta de oportunidade na cidade. “Eu não queria ter saído de Salvador, eu queria ter feito a minha p*rra do meu sucesso aqui, de Salvador pra fora. Eu tive que sair, mas quando eu saí, eu falei para a minha avó que todas as vezes que eu voltasse, eu tinha que estar melhor do que eu estava quando tivesse indo. Então toda vez que eu voltava, eu voltava com mais vontade, com mais gás”, contou.

Com todo o sucesso, o baiano vem conquistando os quatro cantos do país e inclusive, apresentou a última edição do Oscar pela TNT. “Quando a gente é preto e favelado, a gente não é ensinado que as pessoas vão amar a gente ou seguir a gente como inspiração e hoje ser inspiração para mim é um bagulho muito louco”, comemorou.